Nova Délhi, 23 dez (EFE).- O presidente do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o indiano
Rajendra Pachauri, destacou hoje a participação do Brasil e de
outros países emergentes na conferência sobre o clima realizada em
Copenhague (COP15).
Na opinião de Pachauri, um dos maiores destaques da cúpula foi a
coordenação das nações do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia
e China).
Segundo o indiano, em Copenhague ficou claro que qualquer acordo
futuro sobre o meio ambiente terá que levar estes países em
consideração.
Do ponto de vista político, é "muito significativa" a emergência
do grupo Basic, afirmou o presidente do IPCC.
Em uma entrevista concedida no Instituto de Energia e Recursos,
entidade que dirige, Pachauri disse ainda que a cúpula de Copenhague
foi "polêmica" e poderia ter sido mais bem-sucedida.
"Esta foi uma reunião muito polêmica porque claramente havia
muitas divisões, muitos pontos de vista e perspectivas", declarou.
Para o representante da ONU para a mudança climática, a
conferência poderia ter terminado com um acordo mais ambicioso.
Porém, destacou, até o último dia do encontro os participantes não
sabiam se conseguiriam chegar a um consenso sobre um documento
final.
Com base nisso, Pachauri declarou que o acordo de Copenhague
representa um "marco", a partir do qual será possível edificar um
pacto que, "com sorte, vai incorporar compromissos específicos de
redução das emissões e outros aspectos sublinhados, particularmente,
pelos países desenvolvidos".
O indiano também apontou como outra grande conquista da cúpula o
fato de os mais de 100 líderes mundiais presentes terem admitido que
a mudança climática é um dos "grandes desafios da atualidade". EFE