Société Générale ainda vê dólar a R$6 e apenas "adiamento" de ciclo de baixa para moedas emergentes

Publicado 07.12.2020, 15:34
Atualizado 07.12.2020, 15:35
© Reuters. Notas de dólar

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O Société Générale (PA:SOGN) ainda aposta que o dólar baterá 6 reais, com pressão cambial advinda de expectativa de desaceleração no crescimento econômico brasileiro, deterioração nos cenários fiscal e de dívida e de juros baixos.

LEIA MAIS: Fitch vê menor retração do PIB brasileiro em 2020, mas reduz expectativa de crescimento para 2021

O banco francês iniciou aposta pró-dólar com a moeda a 5,22 reais, com meta de 6,0 reais e "stop loss" em 4,9 reais.

A perspectiva do banco francês contrasta com o recente desempenho do real, que, em alta de 12,4% desde 3 de novembro, ostenta a melhor performance entre as principais divisas globais desde as eleições presidenciais norte-americanas.

O banco avalia que há "crescentes" riscos de outra desaceleração econômica no país no primeiro semestre de 2021 por causa de uma "segunda onda de Covid-19". Os analistas classificam o noticiário sobre as vacinas como "positivo", mas dizem que pode levar tempo até que alguma esteja disponível e que a população seja vacinada.

"No Brasil, os casos de coronavírus estão crescendo de novo, e o risco de as contas fiscais continuarem se deteriorando para evitar uma forte desaceleração econômica provavelmente manterá o real sob pressão", afirmaram em relatório de cenários para o câmbio global em 2021.

O Société Générale projeta que a dívida como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) deverá continuar a aumentar e alcançar cerca de 100% no ano que vem.

Ao mesmo tempo, o banco acredita que o Banco Central manterá baixas as taxas de juros, o que não daria um "colchão" aos investidores.

O Société calcula que o dólar fechará o primeiro trimestre de 2021 em 5,7 reais, alta de 11,2% ante o fechamento anterior (5,1251 reais). Ao fim dos trimestres seguintes, a moeda ficará em 5,6 reais, 5,7 reais e 5,8 reais, respectivamente.

Num contexto mais amplo, o banco francês considera que o ciclo de baixa de longo prazo para as moedas emergentes ainda não acabou, mas terá um "adiamento" em 2021.

No caso de uma reversão de trades relacionados à Covid-19, moedas "excessivamente fracas" com fundamentos mais vulneráveis devem superar aquelas com melhor resiliência dos fundamentos. "Essa rotação significa que o desempenho médio das moedas emergentes deve ser praticamente estável em 2021, mas com o alto grau de divergência visto em 2020 continuando no próximo ano."

O banco projeta que as divisas da Ásia e da América Latina terão desempenho inferior e que as taxas de câmbio de Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e Europa emergente serão destaques positivos.

"Em um mundo pós-Covid, é improvável que a volatilidade do câmbio fique deprimida, independentemente do formato da recuperação. Com bancos centrais congelando a volatilidade das taxas de juros em meio a um crescimento não uniforme, as moedas são um grande absorvedor de choques macro."

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.