Temor sobre taxação de dividendos ajudou na alta do dólar no final de 2024, diz Campos Neto

Publicado 21.03.2025, 19:24
© Reuters. Notas de dólarn12/10/2021. REUTERS/Cagla Gurdogan/File Photo

Por Marcela Ayres

(Reuters) - O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto disse nesta sexta-feira que parte da forte valorização do dólar em relação ao real no final do ano passado foi impulsionada por empresas que agiram antes da implementação de um imposto sobre dividendos que, acreditavam elas, entraria em vigor em 2025.

Em evento promovido pela XP (BVMF:XPBR31) em Miami, ele disse que a queda do dólar este ano foi parcialmente apoiada pelas consequências desse mesmo movimento.

Depois de subir mais de 20% em 2024, o dólar tem queda de quase 8% no acumulado do ano.

Esta semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um projeto de lei para tributar todos os dividendos enviados ao exterior, seja para empresas ou pessoas físicas, como parte da compensação da isenção do pagamento do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil mensais.

Campos Neto disse que muitas empresas anteciparam o envio de dinheiro ao exterior para o pagamento de dividendos e que alguns bancos estavam até facilitando essas operações, emprestando dinheiro às empresas para que os fundos pudessem ser transferidos como dividendos.

"Mas, depois de pagar os dividendos, quando você envia o dinheiro para o exterior, você não quer ter o carry (trade) contra você", disse ele, referindo-se a uma situação em que o diferencial da taxa de juros entre duas moedas se move desfavoravelmente para um investidor.

Essas operações de carry-trade envolvem o empréstimo em uma moeda de baixo rendimento e o investimento em uma moeda de rendimento mais alto para lucrar com o spread da taxa.

"Portanto, parte do dinheiro que foi enviado em dezembro teve de voltar via contrato futuro em janeiro, porque você quer que o dinheiro saia, mas, ao sair, você quer ter o carry do real. Então eu sabia que parte do dinheiro que seria enviado para fora seria revertido em janeiro", acrescentou Campos Neto.

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