Investing.com – A fabricante de bebidas Ambev (BVMF:ABEV3) deve ser impactada pela alta na carga tributária caso as alterações no cálculo de juros sobre capital próprio (JCP) indicadas na versão final da medida provisória 1185 que trata das subvenções a investimentos sejam aprovadas. É o que aponta o banco BTG (BVMF:BPAC11), ao destacar que a empresa vem sendo foco das discussões a respeito desse tema.
CYBER MONDAY Prorrogada: Tenha mais desconto no plano bianual com cupom “investirmelhor”
"Tanto as taxações de subvenções tributárias e benefícios fiscais do JCP representariam quase 47% do nosso lucro estimado para 2023”, alertam os analistas em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 14.
Os impactos ainda não são claros, pois o efeito negativo depende das definições das subvenções, após sugestões de flexibilização do relator da MP.
Entre as mudanças principais que afetam a Ambev, elenca o BTG, estão a tributação de incentivos em impostos estaduais em pelo menos 9% para cálculo do imposto de renda, um imposto adicional de 25% que pode ser aplicado e algumas subvenções que terão que pagar impostos a depender de algumas condições.
A MP ainda “reduziria o benefício fiscal de renda relacionado ao JCP da Ambev em R$ 1,8 bilhão, ou R$ 0,11/ação. Nossa alíquota efetiva de imposto de renda para 2024E agora é de 8,5% ante 20,5% antes (e cerca de 0% em 2023)”.
Na visão do BTG, no caso específico da Ambev, a expectativa é de que ela pague somente o imposto de 9%. “Estimamos que as subvenções fiscais em nível total totalizem R$ 3 bilhões em 2024, implicando um valor de R$ 273 milhões (R$ 0,02/ação) de redução no lucro da Ambev”.
Com as incertezas, o BTG cortou o preço-alvo da ação de R$16 para R$15, com recomendação neutra, e avalia que o consenso deve ajustar as projeções.
“Não está claro para nós o que a Ambev fará com sua estrutura de capital se sua alíquota efetiva de imposto subir tanto quanto nós estamos estimando. É possível que a Ambev decida aumentar a alavancagem, e isso pode significar dividendos extraordinários e ainda mais crescimento. Nossas novas estimativas não assumem qualquer um desses fatores”, pondera o BTG.
Às 14h20 (de Brasília), as ações da Ambev perdiam 1,77%, a R$14,43.