Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A concretização da compra da operadora de planos de saúde, SulAmérica (SA:SULA11), pela rede de hospitais Rede D'Or (SA:RDOR3) deve inaugurar uma nova era para o setor de saúde no país, segundo o Itaú BBA. Porém, o banco não enxerga com clareza as potenciais fontes de geração de valor nesta aquisição.
As duas empresas foram cautelosas sobre as previsões de sinergias potenciais nas áreas de receita, custo ou despesa. O Itaú BBA avalia que as companhias não desempenham o mesmo papel no setor, e por isso, não prevê sinergias de custos e despesas tanto quanto sinergias gerais e administrativas.
O cenário criado pelo banco aponta que em uma eventual redução de 20% nas despesas gerais e administrativas, seria possível ver um aumento de 6,8% em relação à estimativa de lucro líquido consolidado para 2023 que o Itaú BBA projeta.
Até o momento, a única coisa que se sabe com mais certeza sobre a aquisição é que tanto a SulAmérica, quanto a Rede D’or, devem continuar operando de forma independente, negociando, inclusive, com os concorrentes umas das outras.
Apesar de haver uma sobreposição geográfica nas operações das duas companhias, o Itaú BBA acredita que a demanda herdada da SulAmérica de sua base de beneficiários garantirá um aumento mais rápido e redução do risco da capacidade substancial de leitos. Enquanto isso, a Rede D’or tende a se expandir com projetos de greenfield, brownfield e fusões e aquisições.
O Itaú BBA também enxerga uma boa oportunidade para que a SulAmérica desempenhe um papel importante no plano da Rede D’Or de expandir seus serviços ambulatoriais e diagnósticos, aumentando consideravelmente seu mercado endereçável.
Além disso, a infraestrutura da Rede D’Or pode ajudar a SulAmérica na expansão do seu ticket médio, apesar do banco não esperar por uma verticalização da atual base de beneficiários da operadora de planos de saúde.
O Itaú BBA reiterou a sua recomendação de compra das ações da Rede D’or, mas reduziu o seu preço-alvo de R$ 65 para R$ 45.
Para outro nome do setor de saúde, a Qualicorp (SA:QUAL3), o banco rebaixou a sua classificação para neutra, com preço-alvo passando de R$ 23 para R$ 12, uma vez que o crescimento orgânico para a empresa tende a ser mais desafiador.