Investing.com – Com a perspectiva de aumento na taxa de juros Selic, o Itaú BBA enxerga um inverno macroeconômico e ajustou sobre a estratégia de ações do Brasil diante deste cenário, com cinco principais escolhas no mercado brasileiro, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta terça-feira, 17 de novembro.
Com altas nos juros, no curto prazo, setores domésticos cíclicos e alavancados devem sofrer mais, afetando os lucros em 2025. “Setores com maior impacto nos lucros em 2025 (assumindo 15% Selic): Transporte, Educação, Consumo e Serviços Públicos. Setores com menor impacto nos lucros em 2025 (assumindo 15% Selic): Finanças (Seguros), Construtoras, Aço e Mineração, Celulose e Papel, Bens de Capital e Petróleo e Gás, setores que concentram a maioria dos exportadores”, apontou o banco em relatório.
De acordo com os analistas Daniel Gewehr, Matheus Marques, Victor Cunha, Rafael Matutani, o mercado local é fortemente impactado pela deterioração do cenário macroeconômico.
“Com uma perda de 6% para um aumento de 1% na inflação e uma perda de 3,5% para uma mudança de 1% na curva DI Futura. A taxa de câmbio BRL X USD também afeta os retornos, reduzindo-os em 0,53% para cada aumento de 1%. Por fim, um aumento nos preços das commodities em 1% impulsiona o retorno do índice Ibovespa em 0,28%”, calculam os especialistas.
Preferidas para o inverno macro
Assim o banco elencou cinco ações preferidas para investir neste cenário, que teriam menor sensibilidade ao ambiente macro desafiador. Enquanto Caixa Seguridade (BVMF:CXSE3) proporcionaria alto potencial de valorização com juros mais altos, dividend yield elevado e resiliência nos negócios, as ações do Grupo Mateus (BVMF:GMAT3) podem ser beneficiadas por uma inflação de alimentos mais alta. Apesar de ser uma tese de crescimento, a empresa possui alavancagem considerada baixa.
Enquanto isso, a Weg (BVMF:WEGE3) representa uma tese de qualidade e apresentaria forte momentum de lucros, com caixa líquido. Já a JBS (BVMF:JBSS3) pode ser impulsionada por um dólar mais elevado, e os rendimentos de fluxo de caixa são considerados atrativos. Por último, a CPFL (BVMF:CPFE3) possui receitas vinculadas à inflação, além de dividend yield expressivo e TIR real acima de 10%.