Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - O Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou a recomendação da BRF (BVMF:BRFS3) de “venda” para “neutra” com um preço-alvo de 12 meses de R$ 13,20, após a repercussão do balanço referente ao terceiro trimestre deste ano. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco disse que a BRF reportou resultados fracos no trimestre, perdendo do consenso em 4%, mas o mercado “pode ter avaliado mal o ritmo real da recuperação”.
A BRF reportou receita líquida de R$14,056 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta trimestral de 8,6% e anual de 13,4%. No entanto, teve um prejuízo líquido total societário de R$137 milhões, ainda que menor do que o resultado negativo em R$277 milhões no terceiro trimestre do ano passado e dos R$468 milhões de prejuízo do segundo trimestre deste ano.
Segundo o analista Thiago Bortoluci, com a eleição de um novo Conselho de Administração e novo CEO, Miguel Gularte, a empresa pode capturar uma série de oportunidades visando eficiência operacional. Além disso, uma previsão otimista para safra brasileira de grãos pode normalizar a inflação dos insumos necessários à produção.
O Goldman Sachs projeta uma melhor geração de fluxo de caixa a partir do quarto trimestre, reduzindo a alavancagem para 2,5x até o final de 2023, dos atuais 3,2x. O analista também elevou a estimativa de EBITDA para 2023-24 em média em 7,7%.
Para o analista do Goldman Sachs, os riscos dos papéis continuam, entre eles a execução com novo Conselho de Administração e CEO, condições do mercado desafiadoras e preços de grãos voláteis.
Mas, de acordo com o analista, a companhia pode até se tornar um “veículo defensivo para navegar em meio à volatilidade” do cenário macroeconômico brasileiro. Como o frango é mais acessível do que a carne bovina, os volumes podem se beneficiar de trocas do consumidor caso a situação macro piorar nos próximos meses.
Às 13h40, as ações da BRF recuavam 1,14%, cotadas a R$11,30.