SÃO PAULO (Reuters) - De volta aos palanques eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, lotou a Praça da Estação, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira, em seu primeiro comício desde o início da campanha eleitoral, e prometeu: "a gente vai voltar".
"O que está em jogo é a democracia contra a barbárie. É garantir que 33 milhões de brasileiros possam tomar café, almoçar e jantar todos os dias. O que estamos discutindo aqui é se vamos fazer universidades para todos ou para meia dúzia de privilegiados", afirmou.
Lula escolheu Minas Gerais para fazer seu primeiro comício para marcar presença no Estado da Região Sudeste em que tem a maior liderança sobre o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e pelo simbolismo: em todas as eleições desde a redemocratização, quem venceu a eleição em Minas venceu no país.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, Lula tem 20 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro no segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com 49% a 29% das intenções de voto. Com 10,41% dos eleitores, Minas fica atrás apenas de São Paulo, que reúne 22,16% do eleitorado.
O comício também serviu para marcar a capacidade do ex-presidente de atrair multidões além da região Nordeste, onde sua liderança frente a Bolsonaro ultrapassa os 30 pontos na maior parte das pesquisas para a eleição de outubro.
Agora autorizado pela lei eleitoral a pedir votos, Lula pediu para si, para o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governo do Estado, e Alexandre Silveira (PSD), candidato ao Senado. O ex-presidente também aumentou o tom contra seu maior rival político.
"Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente, uma pessoa desestruturada do ponto de vista psicológico, que acha que polícia tem que matar e não prender, que tem que vender arma e não livro, que tem que estimular o ódio e não o amor", acusou.
De acordo com os organizadores, cerca de 100 mil pessoas se reuniram para ouvir Lula falar em Belo Horizonte.
O ex-presidente fez a promessa de retomar ministérios que cuidem dos indígenas, da igualdade racial, das mulheres e das pequenas empresas.
Ao final, prometeu: "A gente vai voltar. E pobre vai voltar a comer, vai voltar a trabalhar. É por isso que eu estou aqui hoje. Porque quero dedicar cada segundo da minha vida para consertar o Brasil."
(Por Lisandra Paraguassu, em São Paulo)