Investing.com - A queda operacional na América do Norte e aumento dos custos do gado na região estiveram entre os fatores para uma piora nos resultados da Marfrig (BVMF:MRFG3), segundo relatório divulgado aos clientes e ao mercado pelo BB Investimentos.
Às 17h29 (de Brasília) desta quinta-feira, 02, as ações da Marfrig subiam 1,22%, a R$6,65.
A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 628 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro líquido de R$ 650 milhões no mesmo período de 2021.
O Ebitda de R$ 2,2 bilhões representa uma queda de 52,1% na mesma análise, com margem Ebitda de 6%. Já a receita líquida subiu 56,2%, atingindo R$ 37,38 bilhões. O Ebitda da América do Norte recuou 80% em dólares, enquanto o das operações da América do Sul subiu 148% em reais, ambos na comparação anual.
Na visão do BB Investimentos, a companhia apresentou números satisfatórios, mas inferiores ao esperado. A América do Norte foi responsável por uma trajetória de queda nos resultados, devido principalmente à menor disponibilidade de animais para atender a demanda elevada da indústria.
A alavancagem financeira teve avanço significativo com indicador dívida líquida/EBITDA chegando a 2,99x, contra 2,38x no 3T22. No entanto, houve redução na dívida líquida.
“Os números de endividamento que seguem abaixo de nossos estimativas, mas sigam sendo um ponto de alerta, já que as perspectivas desfavoráveis para a América do Norte e os desafios operacionais da BRF (BVMF:BRFS3) devem continuar pesando sobre o EBITDA consolidado à frente e, consequentemente, impactando o patamar de alavancagem da Marfrig”, reforçam as analistas Mary Silva e Melina Constantino.
Os frigoríficos seguem como ponto de atenção para os investidores na última semana, diante da ocorrência de um caso de mal da vaca louca no país fazendo com que o Brasil suspendesse as exportações de carne bovina para a China. O mercado ainda aguarda os próximos passos e exames para apontar se o caso é restrito ou se representa um perigo maior.
Para o BB Investimentos, os investidores devem retornar a olhar os bons fundamentos para o segmento de bovinos na América do Sul se a situação for revertida, tendo em vista o cenário de melhora de custos para a aquisição diante de nova fase do ciclo do gado, o que elevaria a competitividade das exportações da proteína pelo país.
“No entanto, as demais preocupações mencionadas devem continuar exercendo pressão sobre os papéis da Marfrig”, ponderam as analistas, explicando por qual motivo continuam com classificação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 11.