Investing.com – Ao analisar as perspectivas para a bolsa brasileira neste ano, o time de research do Inter destaca, em relatório divulgado ontem aos clientes e ao mercado, que enxerga o Ibovespa como barato e aponta um possível upside em torno de 7% para o índice.
“É importante mencionar que, ao considerarmos um target para o Ibovespa, não significa que estamos prevendo que o índice chegará neste preço, mas sim que, tendo em vista o lucro esperado das companhias e a pontuação atual do Ibovespa, entendemos que o target é um preço justo e não uma previsão, já que por aqui, ainda não temos uma bola de cristal”, pondera o Inter, que considera Ibovespa negociando a 7x lucros de 2022 e a 7,5x lucros esperados para 2023, levando em conta que que historicamente o índice negocia a cerca de 13x lucros.
Cenário de inflexão?
De acordo com Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, ainda pairam dúvidas sobre o cenário macroeconômico brasileiro, incluindo como será a responsabilidade fiscal do novo governo com as novas regras que devem substituir o teto de gastos.
A inflação tem convergido para a meta, mas juros elevados seguem pressionando o endividamento das empresas. “As mais fragilizadas ou já mostram resultados combalidos ou, em outros casos, têm recorrido à recuperação judicial, o que coloca o mercado de crédito em modo restritivo e cauteloso”, detalha.
A analista aponta ainda que bancos mostram preocupação com a inadimplência e empresas de setores como varejo, construção civil e outros setores “amargam um momento de lucro mais ameno”.
Por outro lado, o Inter espera uma inflexão para dias melhores, com perspectivas de preços de commodities mais baixos, diminuindo a pressão inflacionária e elevando as chances de que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicie a trajetória de afrouxamento monetário em breve.
Com valuation do Ibovespa rondando mínimas históricas, negociando a cerca de 7x lucros, o Inter espera a revisão de lucros para baixo e melhora macroeconômica a partir da diminuição da Selic, o que levaria a tendência mais positivas para “o valuation e condições macro para lucratividade das companhias”.