Investing.com – Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado em que destrincha a mudança na política de preços da Petrobras (BVMF:PETR4), o Itaú BBA afirma que o primeiro reajuste de preços na nova estratégia, anunciado em 16 de maio, ficou um pouco abaixo da paridade de importação e que a utilização de refinarias já apresentou melhora após a alteração. Na visão do banco, a estatal de petróleo tenderia a utilizar um equilíbrio dinâmico para seus preços a partir de agora, considerando a capacidade ociosa.
O banco lembra que, neste mês, a Petrobras informou que atingiu em maio 95% de utilização de refinarias, o maior nível desde 2015. Além disso, em alguns dias da segunda quinzena, o patamar chegou a ultrapassar 99%.
De acordo com os analistas Monique Greco, Eric de Mello e Bruna Amorim, a utilização das refinarias é um indicador importante para a estratégia da Petrobras, mas a maior competição com outros players resultou na diminuição contínua ao longo dos anos. A utilização teria ficado em torno de 80% nos últimos sete anos, após uma média de 96% no período entre 2011 e 2015.
Com o anúncio da nova gestão de que pretende retomar a trajetória de alta na utilização das refinarias e ganhar market share, os analistas avaliam que a nova estratégia de preços anunciada permite essa retomada da produção.
Fixação de preços
Conforme a nova estratégia, quanto maior a capacidade ociosa, o valor marginal tenderia a se aproximar da paridade de exportação e não da importação, visando elevar a competitividade, a participação de mercado e a utilização das refinarias.
Caso a estatal queira alcançar taxas de utilização ainda maiores para as refinarias, a fixação de preços poderia ser mais próxima do valor marginal. “O esperado resultado seriam importações menos atrativas para players independentes e menos competição, levando a maiores áreas de influência para as refinarias e, consequentemente, maiores taxas de utilização”, destaca o Itaú BBA.
Os analistas ainda esperam um equilíbrio dinâmico para os preços e taxa de utilização, e não um equilíbrio estático. “Acreditamos que os preços flutuarão constantemente dentro da faixa de preço, em vez de simplesmente serem fixados em níveis de paridade de exportação ou importação, de acordo com o objetivo declarado da empresa de evitar transferir para os preços domésticos dos combustíveis a volatilidade cíclica dos preços internacionais dos combustíveis e a taxa de câmbio”, completam.
No entendimento dos analistas, a capacidade ociosa pode ser um fator determinante para a tomada de decisão de ajustes futuros nos preços.
“Acreditamos que, na prática, a faixa de preço imposta pela nova estratégia comercial será distinta em diferentes regiões do país e dependerá das taxas de utilização de determinadas refinarias”, avalia o banco.
O Itaú BBA possui classificação market perform para os papéis da Petrobras, com preço-alvo de R$27 para as ações preferenciais e US$10,2 para ad ADRs listadas nos Estados Unidos.
Às 13h16 (de Brasília), as ações PN da Petrobras subiam 3,12%, a R$29,76.