Investing.com – Ameaças sobre o pagamento de dividendos da Petrobras (BVMF:PETR4), incertezas sobre o plano estratégico da estatal e perspectivas para o mercado de petróleo e gás estiveram entre os temas de destaque de evento realizado pelo BTG com dirigentes de companhias do setor. Após a realização do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) Conference, no entendimento do banco, a percepção que ficou foi que as empresas juniores de petróleo ainda são a principal fonte de otimismo devido às expectativas operacionais melhores em 2023, enquanto os distribuidores de combustível estão otimistas com a lucratividade.
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Em relação à Petrobras, os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte apontam que os ruídos políticos continuam a ofuscar os fundamentos da tese de investimentos da companhia. A gestão da estatal a passou uma mensagem relativamente positiva para o semestre, com confiança a respeito do pagamento de dividendos do quarto trimestre de 2022, que ainda precisa ser aprovado em assembleia realizada no mês de abril. “Podemos ver um anúncio de dividendos na próxima semana, mas nossa sensação é de que a aprovação de novos nomes recentemente nomeados para a equipe de gestão pode aumentar os riscos de nenhum pagamento de dividendos”, ponderam.
Enquanto isso, a Prio segue aproveitando oportunidades orgânicas, com forte otimismo da administração, segundo os analistas, que acreditam que ainda que a companhia não tenha em mente fusões e aquisições, deve se tornar uma forte pagadora de dividendos.
Sobre a 3R, que não compareceu ao evento, o entendimento dos analistas é de que a companhia possui três prioridades, sendo elas a incorporação do cluster Potiguar, resolução de problemas da produção de Macau e conclusão da contratação de novas empresas de perfuração e plataformas de trabalho.
Considerando a Petrorecôncavo (BVMF:RECV3), o BTG afirma que o plano principal é a consolidação do setor, ainda que a companhia seja cautelosa em relação a M&As, focando na diversificação de receita por meio de mais contratos.
Sobre a Vibra Energia (BVMF:VBBR3), os analistas apontaram como positivo o maior foco nos negócios relacionado a distribuição de combustíveis. A companhia segue com otimismo para melhorias de margem em 2023, após um ano volátil.
Já a Ultrapar (BVMF:UGPA3), que também não esteve na conferência, deve continuar o processo de recuperação. Ainda que ele esteja em estágio avançado, não foi finalizado, principalmente em Ipiranga. Na visão do BTG, a companhia deve focar em negócios com altos retornos, deixando de lado a possibilidade de maiores dividendos.
A Raízen estaria confiante na colheita de 80 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra, segundo o BTG, com períodos de plantio e clima com condições favoráveis. A empresa estaria trabalhando com a perspectiva de que preços “premium” para o Etanol devem continuar.
Já a Braskem (BVMF:BRKM5) estaria navegando contra a maré, segundo o BTG, com spreads desafiadores e perspectiva de queda nas margens ainda neste ano. Por outro lado, a reabertura do mercado chinês poderia indicar uma melhoria na demanda por resinas. O banco espera que os resultados quarto trimestre sejam um dos piores já registrados, com resultados fracos nos EUA e no México.
O BTG possui recomendação de compra para 3R Petroleum (BVMF:RRRP3), Braskem, Petrorecôncavo, Prio, Raízen e Vibra. Pra Petrobras e Ultrapar, a classificação é neutra.