Investing.com - Com o anúncio do início do processo de redução de capital, a Vivo estaria reforçando o compromisso com a remuneração dos acionistas, na visão do banco BTG (BVMF:BPAC11). Segundo relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco projeta que a ação deve oferecer um dividend yield que considera altíssimo de 9,7% em 2023 e 12,3% em 2024. Após os resultados e o anúncio, o BTG reiterou a recomendação de compra dos papéis.
De acordo com os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla, a “tão esperada redução de capital” é um ótimo mecanismo e deve aumentar a remuneração dos acionistas e deve levar a ação a um bom desempenho.
A companhia ainda divulgou o capex máximo de R$ 9 bilhões em 2023, com previsão do BTG 4% abaixo desse valor. Além disso, os resultados reportados no quarto trimestre vieram em linha com as estimativas do banco e com o consenso.
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Redução de capital e remuneração
Conforme o banco detalhou em relatório, a Vivo possui pouco lucro acumulado em seu balanço, sendo assim, os dividendos futuros dependem exclusivamente do lucro apurado nos próximos trimestres.
“Com as taxas de juros definidas para permanecer altas em 2023, não esperamos que o lucro líquido da Vivo em 2023 aumentará muito em relação ao ano passado, provavelmente levando-a a pagar menos dividendos este ano do que a média dos últimos anos”, destacam os analistas, que acreditam que o pagamento de dividendos deve ser normalizado a partir de 2024, voltando aos níveis vistos em 2019-2021.
De acordo com o banco, o valor máximo a ser distribuído será de R$ 5,0 bilhões, ou 7,6% de rendimento, que poderiam ser realizados em uma ou mais parcelas.
A expectativa dos analistas é de que leve até 10 meses para integração do capital da redução e haja autorização para efetuar esse pagamento. “O dinheiro (ou pelo menos a primeira parcela) poderia chegar ao bolso dos acionistas entre o final deste ano e o início do ano que vem”, completam.
Balanço conforme esperado
Os resultados trimestrais vieram em linha com as expectativas dos analistas, com alta das receitas de serviços em 9,9%, impulsionada pela consolidação da Oi (BVMF:OIBR3) Móvel.
O EBITDA ajustado ficou em R$ 5,2 bilhões, sendo que o recuo de 1,5 p.p. na margem veio um pouco abaixo da perspectiva do banco e acima do consenso.
Além disso, o lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, veio em linha com as projeções dos analistas do BTG e do consenso.
A empresa estaria sendo negociada a 3,9x EV/EBITDA (valor da empresa por EBITDA) em 2023, abaixo da projeção de 6,4x para pares globais. Com valuation que considera atrativo e expectativa de maior remuneração aos acionistas, o BTG possui recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$50.
Às 11h40 (de Brasília), as ações da Telefônica Brasil apresentavam queda de 0,71%, a R$39,39.