Investing.com – O banco UBS rebaixou a recomendação das ações da Vale (BVMF:VALE3) de compra para neutra, com preço-alvo das American Depositary Receipts (ADRs) passando de US$14 para US$11,50, conforme relatório enviado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 11 de novembro.
Entre os motivos, está a cautela com os fundamentos da cotação do minério de ferro no médio prazo no mercado internacional e menor retorno aos acionistas previsto, de acordo com os analistas Myles Allsop, Caio Greiner e Daniel Major.
“Na nossa opinião, as exportações de aço da China são vulneráveis a restrições globais e é pouco provável que sejam totalmente compensadas por estímulos”, destacou o banco.
A tendência, segundo o UBS, é de que o preço do minério de ferro deverá apresentar moderação entre 1 e 2 anos. A projeção para o minério é de cerca de US$100 por tonelada no ano que vem e depois queda para cerca de US$ 80-90/t com um aumento de oferta.
Assim, o banco cortou a projeção de prêmio do minério de ferro e pelotas para 2025 e 2026 e do Ebitda da Vale nos próximos dois anos em cerca de 9%, em meio aos riscos macroeconômicos após as eleições americanas.
“No entanto, a Vale se beneficiará no médio prazo com a melhoria dos volumes, custos mais baixos (regulação de cavernas) e prêmios mais elevados (Fe/ pelotas) à medida que seus três principais projetos de crescimento aumentam e a indústria siderúrgica da China começa a descarbonizar”, destacam os analistas, na expectativa de que estes fatores compensem o impacto dos preços mais baixos.
Entre os próximos catalisadores para a mineradora, o banco elenca o Vale Day; com apresentação de prioridades da empresa; nova concessão ferroviária e modernização da regulamentação de cavernas.
Além disso, os analistas entenderam como positiva a escolha de Marcelo Bacci para a diretoria financeira diante de histórico na Suzano (BVMF:SUZB3) e esperam que a empresa anuncie em breve o nome do novo chefe de divisão de minério de ferro.
“A Vale obteve progressos significativos em 2024, melhorando o desempenho operacional, resolvendo o litígio da Samarco no Brasil e nomeando um novo CEO; vemos potencial para mais progresso nos próximos 6 meses”, ponderou o UBS mesmo com o rebaixamento.
O banco espera que a Vale devolva seu dividendo base aos acionistas somente em 2025 ou 2026 estima o rendimento de dividendos em torno de 7% no próximo ano.