Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - A recente elevação da taxa Selic para 2,75% pelo Copom, além da sinalização de que mais aumentos estão por vir, deve ter diferentes impactos sobre o mercado financeiro. Para os fundos imobiliários, no entanto, pouca coisa deve mudar, de acordo com a XP Investimentos.
Os principais motivos para os impactos limitados sobre esse tipo de ativo, segundo a corretora, são os fatos de a Selic dever se estabilizar em patamares que ainda mantêm a atratividade dos FIIs, de os títulos de longo prazo já precificarem a alta da taxa e de os fundos imobiliários seguirem apresentando maior rentabilidade.
Os FIIs têm se popularizado no Brasil, atingindo o patamar de mais de 1,2 milhão de investidores pessoa física em fevereiro. Isso, na visão da XP, é explicado pela rotação de carteira em direção a ativos de renda variável, em busca de maior rentabilidade.
Essa rentabilidade deve se manter, argumenta a corretora, com distribuição de dividendos acima de classes de ativos como poupança, Tesouro Selic e aluguel de imóveis, mesmo com a elevação da Selic. A XP ressalta ainda que os dividendos de FIIs são livres de imposto de renda, outro ponto atrativo.
Mesmo com a elevação da Selic, a corretora, assim como o consenso do mercado, espera que a inflação siga acelerando neste ano, o que beneficia fundos imobiliários com maior exposição ao IGP-M e ao IPCA.
Além disso, alguns fundos podem até mesmo se beneficiar da alta na taxa de juros: os que possuem alocações em CRIs com indexação ao CDI e, assim, teriam um possível aumento nos rendimentos.