Investing.com - Após a divulgação de deflação no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de junho, fundos de investimento imobiliários (FIIs) de papel podem ser afetados, mas o efeito negativo sobre a marcação dos ativos deve ser temporário e defasado, na visão da XP (BVMF:XPBR31). O pagamento dos dividendos destes fundos não deverá ser afetado de forma significativa e, por isso, a XP continua a indicar a alocação em fundos imobiliários de recebíveis.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, a XP afirma que os gestores de fundos imobiliários de papel “costumam fortalecer suas reservas de lucro em caixa para que o pagamento de dividendos não seja impactado”.
Confira: Cotações dos FIIs listados na B3 (BVMF:B3SA3)
De acordo com os analistas Maria Fernanda Violatti, Rodrigo Sgavioli e Eduardo Bacelar, os fundos imobiliários de recebíveis são ativos de renda variável, que investem principalmente em títulos de renda fixa do setor de imóveis, os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), indexados ao IPCA e o IGP-M.
“Com isso, é esperado que em cenários de deflação o pagamento de dividendos dos fundos de recebíveis necessariamente seria menor do que o fundo costuma pagar, devido a um rendimento temporariamente mais baixo dos títulos de lastro imobiliário que apresentam indexação ao IPCA”, explica a XP.
Assim, diante da atuação dos gestores mencionada e um período de defasagem entre o que está sendo recebido do lastro e o pagamento do CRI, como os fundos de papéis costumam ter atualização monetária atrelada a doze meses, se a inflação anual for positiva, os rendimentos devem continuar positivos.