Por Paula Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A ação da Magazine Luiza (SA:MGLU3) chegou a subir quase 30 por cento nesta terça-feira na Bovespa, após a varejista renovar por 10 anos acordo com o BNP Paribas (PA:BNPP) Cardif para joint venture de garantia estendida Luizaseg. A empresa receberá em 21 de dezembro 330 milhões de reais em razão do acordo.
Às 12h27, o papel avançava cerca de 25 por cento, a 9,78 reais. Na máxima até o momento, a alta foi de 27,7 por cento. A ação liderava os ganhos do índice de Small Caps na Bovespa, que mostrava acréscimo de 0,9 por cento.
"A notícia ajuda a dissipar as preocupações com liquidez e baixa geração de caixa do Magazine e a capacidade da compahia de manter investimentos na operação durante a forte desaceleração da economia", disse a corretora Brasil Plural (SA:BPFF11), em nota a clientes.
"Nós acreditamos que o acordo não estava precificado pelos investidores", acrescentaram os analistas da corretora, destacando que o valor anunciado estava no topo do intervalo esperado pelo mercado.
A equipe da Brasil Plural vê a dívida do Magazine recuando para cerca de 1,1 bilhão de reais, com o indicador de dívida líquida sobre Ebitda ficando em cerca de 2,3 vezes.
Na mesma linha, o Itaú (SA:ITSA4) BBA considerou que o montante de 330 milhões de reais é positivo, uma vez que reforça a posição de caixa da empresa durante a recessão no país.
"O acordo é bastante positivo para a empresa, especialmente considerando seu atual abatido valor de mercado", disseram analistas do BTG Pactual (SA:BBTG11) em nota a clientes, prevendo já uma reação positiva da ação.
Até a véspera, a ação acumulava em 2015 desvalorização de 87 por cento, com o valor de mercado da companhia em pouco mais de 174 milhões de reais.
Ainda assim, analistas do BTG Pactual afirmaram que mantêm visão cautelosa com o papel da rede varejista, uma vez que a deterioração da economia e do poder de compra dos consumidores não parece ter acabado.
A alta no preço da ação nesta sessão era amplificada pela cobertura de posições por agentes que tinham alugado as acões para vendê-las, movimento conhecido como "short squeeze". Os papéis figuram entre as ações "não disponíveis" para alugar, conforme nota do Credit Suisse a clientes.