Governo Lula diz que soberania é inegociável após Trump confirmar taxas
A bancada do Psol na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) protocolou na 2ª feira (21.jul.2025) um pedido de impeachment contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O motivo foi a reação do governador ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de que iria impor uma tarifa de 50% às importações brasileiras.
“A bancada do Psol na Assembleia Legislativa está protocolando hoje um pedido de impeachment contra o governador pelos atos de improbidade administrativa contra o povo de São Paulo e do Brasil”, afirmou o deputado estadual Guilherme Cortez (Psol-SP), um dos autores do pedido.
Em 9 de julho, quando Trump divulgou a carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informando a nova alíquota que seria aplicada ao Brasil a partir de 1º de agosto, Tarcísio criticou o Executivo federal, dizendo que “o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam”.
Diante das críticas que recebeu pela resposta, o governador, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL) e frequentemente apontado como candidato da direita à Presidência em 2026, moderou o tom e passou a defender que os governos federal e estadual fizessem “esforços conjuntos” contra o tarifaço.
Na carta a Lula, Trump incluiu como justificativa para a medida o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, que é réu em uma ação penal que corre no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Para Cortez, Tarcísio “não governa São Paulo. Ele instrumentaliza o governo do Estado para seus próprios objetivos eleitorais”.
Em comunicado divulgado nas redes, Mônica Seixas (Psol-SP), deputada da bancada estadual do Psol, disse que “o povo paulista não pode aceitar que o governo do Estado seja ocupado por alguém que comemora um ataque sem precedentes ao seu estado e ao seu país”.
Para Seixas, Tarcísio “feriu a soberania nacional quando decidiu fazer média com o governo estrangeiro para atacar o Brasil” e “incentivou pressões internacionais” contra o STF.
Além de Cortez e Seixas, outros deputados que fazem parte da bancada do PSol na Alesp são Carlos Giannazi, Ediane Maria e o mandato coletivo Bancada Feminista.