Mauro Vieira se reúne pela primeira vez com Rubio para tratar de medidas dos EUA contra o Brasil

Publicado 30.07.2025, 17:20
Atualizado 30.07.2025, 20:35
© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieiran07/07/2025nREUTERS/Ricardo Moraes

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se nesta quarta-feira em Washington com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, pela primeira vez desde o início do governo de Donald Trump, para tratar das tarifas impostas pelo governo norte-americano ao Brasil.

Em uma fala a jornalistas na embaixada brasileira em Washington, Vieira disse que reiterou a Rubio que o Brasil está disposto a retomar as negociações comerciais, interrompidas desde a carta em que Trump anunciou a aplicação da tarifa de 50% ao Brasil, mas que essa disposição não inclui questões políticas e judiciais internas.

"Enfatizei que é inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive à condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Jair Bolsonaro. Afirmei que o Poder Judiciário é independente no Brasil tanto quanto aqui (nos Estados Unidos) e que não se curvará a pressões externas", afirmou o chanceler.

Vieira viajou aos Estados Unidos para uma reunião nas Nações Unidas, em Nova York, sobre a questão palestina, mas foram feitos contatos reservados sobre a possibilidade de agendas em Washington. A reunião com Rubio foi mantida em segredo até o final do encontro.

Essa foi a primeira vez que o chanceler conversou com o secretário de Estado norte-americano desde que Rubio assumiu o cargo.

Mauro acrescentou ter dito a Rubio que "o governo brasileiro se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos EUA", e que voltaria na noite desta quarta ao Brasil para fazer um relato ao presidente das reuniões e definir a resposta às medidas anunciadas pelos EUA.

Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da taxa para 50%, informou a Casa Branca, citando políticas recentes do país com as quais o governo Trump não concorda - entre elas, o processo contra Jair Bolsonaro.

O decreto anunciado nesta quarta exclui da tarifa de 50% vários setores importantes de exportação para os EUA, incluindo aeronaves civis, ferro-gusa, metais preciosos, suco de laranja, madeira, energia e fertilizantes.

Logo depois da publicação do decreto, Lula chamou uma reunião emergencial com diversos ministros para analisar uma resposta ao governo norte-americano.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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