SÃO PAULO (Reuters) - A estatal Eletrobras (SA:ELET3) deverá emitir novas ações no Brasil e no exterior em meio ao processo de privatização da companhia planejado pelo governo federal para acontecer até o final do primeiro semestre de 2018, disse o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., em vídeo divulgado nesta segunda-feira.
Os recursos da emissão de ações deverão ser utilizados pela Eletrobras no pagamento de um bônus ao governo para uma mudança no regime de venda da produção das hidrelétricas mais antigas da companhia, para condições mais vantajosas, em um processo que vem sendo chamado de "descotização".
Em um vídeo na página do Ministério de Minas e Energia no Facebook, Ferreira disse que a Eletrobras não teria como pagar esse bônus ao Tesouro se não fosse a oferta de novas ações, que ao mesmo tempo deverá diluir o governo federal a uma fatia minoritária na empresa.
"A Eletrobras não dispõe de recursos para participar da 'descotização'... a democratização do capital da Eletrobras, através da emissão de novas ações no mercado brasileiro, americano e europeu... vai permitir à Eletrobras obter os recursos necessários para fazer frente a esse investimento na descotização", disse o executivo.
A privatização da Eletrobras foi alvo de uma reunião nesta segunda-feira entre o presidente Temer e autoridades ligadas ao processo, como o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
O governo federal deve reduzir sua participação acionária na estatal Eletrobras a menos de 40 por cento em meio ao plano de desestatizar a companhia, disse nesta segunda-feira o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, durante encontro com empresários em Madri, na Espanha, segundo mensagens no Twitter da pasta.
O Ministério de Minas e Energia, inclusive, anunciou nesta segunda-feira o lançamento da campanha #PorUmaNovaEletrobras, em defesa da privatização, que tem sido alvo de críticas principalmente por sindicatos de trabalhadores da estatal.
(Por Luciano Costa)