📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Funaro articula fazer delação "guarda-chuva" com PGR para garantir maior benefício penal

Publicado 19.06.2017, 20:20
© Reuters.  Funaro articula fazer delação "guarda-chuva" com PGR para garantir maior benefício penal

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Preso preventivamente há quase um ano em uma das fases da operação Lava Jato, o empresário Lúcio Funaro articula fazer um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) a fim de garantir o maior benefício penal possível para os crimes que ele confessar e que deverá envolver pessoas com foro privilegiado, afirmou à Reuters uma fonte familiarizada com as negociações.

O interesse do empresário em firmar um acordo com a PGR deve-se ao fato de que ele teria abrangência maior do que o acertado com o Ministério Público Federal em Brasília ou com a Polícia Federal, dois órgãos que já demonstraram interesse em ouvi-lo e cujas negociações estão mais avançadas.

O acordo com a PGR seria uma espécie de "guarda-chuva", uma vez que, por exemplo, um acordo com o MPF de Brasília só teria impacto na ação em que o empresário é réu por irregularidades no FI-FGTS, o fundo bilionário de investimentos para construção.

Não teria repercussão no caso da prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, em julho do ano passado, ou sobre a nova prisão decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 18 de maio também contra ele no inquérito que investiga o presidente Michel Temer por obstrução de Justiça, organização criminosa e corrupção passiva.

Um acordo de colaboração firmado com a PF também poderia encontrar dúvidas sobre sua validade, assim como ocorreu recentemente com o publicitário Duda Mendonça. O MPF não reconhece acordos firmados diretamente pela polícia e o caso está sob análise do Supremo.

A equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda não sinalizou claramente que concorda em fechar o acordo com Funaro, segundo a fonte. Outra fonte afirmou à Reuters, no entanto, que Janot pretende deixar a delação de Funaro finalizada antes de terminar seu mandato, em setembro deste ano. [nL1N1JG1P8]

As tratativas para o acerto de uma delação estão sendo tocadas pelo criminalista Antonio Figueiredo Basto, que foi contratado pelo empresário no final de maio para discutir os termos do acordo. Um primeiro cardápio já foi apresentado para a equipe de Janot no início deste ano, mas Basto prepara um pacote mais "robusto" de colaboração.

INQUÉRITO CONTRA TEMER

Na sexta-feira passada, o empresário depôs à Polícia Federal em Brasília no inquérito contra o presidente Michel Temer. Ele voltou a acusar o ex-ministro Geddel Vieira Lima de ser o interlocutor do presidente em supostas negociações ilícitas.

Deu detalhes de operações avalizadas por Temer envolvendo caixa 2 de campanha. A PF teria até esta segunda para concluir o inquérito sobre o presidente, que deverá ser alvo de denúncia de Janot até a próxima semana. A polícia pediu mais três dias de prazo para encerrar as investigações, uma vez que a perícia no áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista não foi finalizada.

A fala sobre Temer nesse inquérito é considerada, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, como um aperitivo do que Funaro poderá dizer em um acordo de delação premiada.

Pessoas próximas ao empresário afirmam que a colaboração de Funaro é complementar a uma eventualmente feita pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que começou a cogitar recentemente fazer uma delação. "Lúcio completa Eduardo", disse a fonte familiarizada com a negociação.

Contudo, interlocutores de Funaro veem duas importantes diferenças: o empresário tinha conhecimento e atuou no modus operandi de acertos feitos por Cunha -ele sabe encontrar as provas, no resumo feito por um deles- e ao menos desde o ano passado começou a cogitar fazer o acordo, portanto, bem antes do ex-presidente da Câmara.

Interlocutores de Funaro fazem questão de frisar, no entanto, que não há qualquer acerto entre as defesas do empresário e de Cunha.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.