SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff não deve atrapalhar as aprovações de medidas do ajuste fiscal, assim como não atrapalha os objetivos da política econômica.
"Este é o momento em que é mais importante deixar muito claro qual a política econômica, o que a gente quer... Por isso que eu acho que o impeachment não atrapalha em nada", disse o ministro a jornalistas, após encontro com representantes da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib),
Na quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que aceitou pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, que declarou "indignação" pouco depois de a decisão ser anunciada.
Levy afirmou ainda que o processo de impeachment não deve levar a um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil junto às agências de classificação de risco.
"As agências querem saber qual a proposta do Brasil com crescimento, para cumprir contratos... Conforme o governo deixa claro qual é o compromisso com a meta de superávit do ano que vem, eu acho que a gente consegue afastar o risco de rebaixamento", disse.
BTG PACTUAL
O ministro afirmou ainda que o sistema financeiro brasileiro é extremamente forte e não é preciso ter receios em relação ao episódio do BTG Pactual (SA:BBTG11), que teve seu agora ex-presidente e ex-controlador André Esteves preso na semana passada.
"Os novos controladores (do BTG) estão levando com seriedade o que precisam fazer. Dado o regimento do nosso sistema bancário... eu acho que não tem receio nenhum em relação ao evento", afirmou Levy.
(Por Natália Scalzaretto) 2015-12-04T232609Z_1006880001_LYNXMPEBB31BA_RTROPTP_1_NEGOCIOS-MACRO-LEVY-IMPEACHMENT.JPG