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Lula é levado para depor em nova fase da Lava Jato

Publicado 04.03.2016, 09:34
Atualizado 04.03.2016, 09:40
© Reuters. Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em São Paulo em 31 de março de 2015.
PBR
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Por Alexandre Caverni e Maria Pia Palermo

SÃO PAULO (Reuters) - A operação Lava Jato lançou nesta sexta-feira nova fase da investigação tendo como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o qual foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões, para apurar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema envolvendo a Petrobras (SA:PETR4).

Segundo a Polícia Federal, cerca de 200 policiais e 30 auditores da Receita Federal cumprem 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, incluindo dois em São Bernardo de Campo (SP), local onde mora Lula.

O Ministério Público Federal (MPF) disse que as ações estão sendo feitas para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao ex-presidente e a pessoas associadas.

Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e "foi um dos principais beneficiários dos delitos", segundo o MPF.

"De fato, surgiram evidências de que os crimes o enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua agremiação política", acrescentou o MPF.

Segundo o Ministério Público, há ainda evidências de que o ex-presidente recebeu, em 2014, pelo menos 1 milhão de reais sem aparente justificativa econômica lícita da OAS, por meio de reformas e móveis de luxo destinados a apartamento tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP).

Além do tríplex, a PF vem investigando um sítio em Atibaia (SP), também sob suspeita de ocultação de patrimônio pelo ex-presidente.

Ambos os imóveis foram relacionados com empreiteiras investigadas na Lava Jato. Lula tem negado que seja dono do apartamento no litoral e do sítio no interior paulista.

Lula deixou a Presidência da República com recordes históricos de aprovação, mas vem perdendo popularidade, segundo pesquisas de opinião, diante das investigações contra ele e do quadro econômico vivido pelo país sob o governo da presidente Dilma Rousseff, da qual ele é padrinho político.

MAIS ENVOLVIDOS

A mais recente fase da Lava Jato --que há dois anos vem investigando um bilionário esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, órgãos públicos, empreiteiras, partidos e políticos-- ocorre nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

A operação também envolve a ex-primeira-dama Marisa, os filhos do ex-presidente Marcos Cláudio, Fábio Luis e Sandro Luis, e a nora Marlene Araújo, segundo informações na mídia local. O Instituto Lula e a LILS Palestras também estão sob investigação.

Segundo o MPF, estão sendo investigados pagamentos feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores.

De fato, a maior parte do dinheiro que ingressou em ambas as empresas, de 2011 a 2014, veio de empresas do esquema Petrobras, entre elas Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.

© Reuters. Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em São Paulo em 31 de março de 2015.

No último sábado, durante comemorações pelo aniversário do PT, Lula disse que tinha sido informado de que teria seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados.

"A partir de segunda-feira vão quebrar meus sigilos fiscal, telefônico, tudo, meu da Marisa, da minha netinha e até da minha mãe. Esse é o preço? Eu pago!", disse Lula. "Mas eu duvido que tenha um mais honesto do que eu."

Procurados, o Instituto Lula e o PT não comentaram de imediato a nova fase da Lava Jato.

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