Mauro Vieira cita ’conluio ultrajante’ e diz que Brasil não vai ceder a Trump

Publicado 04.08.2025, 11:51
Atualizado 04.08.2025, 15:10
© Reuters.  Mauro Vieira cita 'conluio ultrajante' e diz que Brasil não vai ceder a Trump

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira, dia 4, que o governo brasileiro não vai ceder a pressões do governo Donald Trump, pelo fim de processos do golpe contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, às quais qualificou como "exigências inaceitáveis". Ele afirmou que os "ataques" vindos dos Estados Unidos foram orquestrados por um "conluio ultrajante" formado por brasileiros e forças estrangeiras.

O ministro falou em tom acima do usual para suas declarações em geral protocolares e mirou na campanha promovida por opositores nos EUA, sobretudo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e o comentarista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Batista Figueiredo, último general a comandar a ditadura no País.

"Saudosistas declarados do arbítrio e amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil", disse o embaixador Vieira.

O chanceler discursou no Palácio Itamaraty, durante cerimônia de celebração dos 80 anos do Instituto Rio Branco, ao lado dos ministros Camilo Santana (Educação) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além do assessor especial da Presidência da República Celso Amorim. O discurso marca uma clara escalada de tom por parte do ministro das Relações Exteriores.

Vieira afirmou que era preciso agir com "firmeza e inteligência" na defesa dos interesses nacionais e que o fazia "em memória da geração de brasileiros que derrotaram o arbítrio". Ele citou Ulisses Guimarães, Renato Archer, Celso Amorim e Lula.

"Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras. Nesse ultrajante conluio que tem como alvo nossa democracia, os fatos e a realidade brasileira não importam para os que se erijam de um veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras", disse o ministro. "A Constituição cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis."

O embaixador que chefia o Itamaraty também rebateu a ideia de perseguição ou "caça às bruxas" como Trump se referiu ao processo contra o ex-presidente Bolsonaro, o que motivou também sanções a ministros da Suprema Corte, em especial com base na lei Magnitsky, um cero financeiro ao relator da ação penal, Alexandre de Moraes.

"Sejamos claros, nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus em processos transparentes transmitidos pela TV em tempo real com direito a ampla defesa e com pleno respeito ao devido processo legal", rebateu o chanceler.

Mauro Vieira não quis responder se tinha agendadas novas interlocuções com o governo dos EUA. "Estou mudo", disse o ministro, que na semana passada reuniu-se em Washington pela primeira vez com o secretário de Estado, Marco Rubio.

O ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência, desconversou sobre a possibilidade de um telefonema entre Trump e Lula. "Não sei", respondeu a jornalistas.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.