ASSUNÇÃO (Reuters) - Brasil e Paraguai lançaram uma operação nesta terça-feira para desmantelar uma estrutura que importava irregularmente milhares de armas de países europeus para revendê-las a grupos criminosos no Brasil.
Em nota, a Polícia Federal informou que uma empresa sediada em Assunção foi responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
"Estima-se que desde o início das investigações, a empresa investigada importou cerca de 43.000 armas para o Paraguai movimentando em 3 anos cerca de 1,2 bilhão de reais. Neste período foram realizadas 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas no território brasileiro", disse a PF.
A operação foi realizada pela Polícia Federal em parceria com Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai com o Ministério Público do Paraguai.
A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai disse que 20 buscas estavam sendo realizadas no Paraguai, outras 20 no Brasil e uma no Estado norte-americano do Kansas, e apontou o argentino Diego Dirisio e sua parceira Julieta Nardi como os líderes da estrutura.
A promotoria também interveio na sede da Diretoria de Material Bélico (Dimabel), que faz parte das Forças Militares.
"A empresa, por meio de suas conexões com a Dimabel, tinha facilidades para importar armas de Croácia, Eslovênia e República Tcheca. Recebiam autorizações rápidas para importação e posterior venda", disse o comunicado.
"Os lotes de armas eram então comprados por intermediários com conexões diretas com facções criminosas em todo o Brasil", acrescentou.
A rede também era composta por indivíduos que faziam transações entre os Estados Unidos e o Paraguai para que os pagamentos não fossem rastreados.
No Brasil, o processo está em curso na 2º Vara Federal de Salvador, a qual expediu 25 mandados de prisões preventivas, 6 ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão em três países, Brasil, Paraguai e Estados Unidos, acrescentou a PF.
(Reportagem de Daniela Desantis)