Congressistas aliados do governo fizeram nesta 4ª feira (18.out.2023) ato simbólico em prol da democracia depois da aprovação do relatório final da CPI do 8 de Janeiro apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O grupo fez uma caminhada do prédio do Congresso Nacional à praça dos Três Poderes.
“Viemos para cá, para a praça dos Três Poderes, onde infelizmente houve uma concentração de vândalos e terrorista no dia 8 de Janeiro, que tentaram destruir a democracia brasileira”, disse Eliziane a jornalistas. O objetivo do ato foi contrapor os atos de 8 de Janeiro e mostrar a resistência da democracia brasileira, segundo os participantes.
Ao longo do trajeto, os congressistas gritaram a frase “sem anistia” –em referência ao eventual perdão de participantes dos atos extremistas. O grupo também segurou cartazes com as frases “golpismo nunca mais”, “sem anistia para golpista” e “respeito à Constituição”.
“A democracia brasileira venceu. A barbárie ficou para trás. O fascismo ficou para trás. A partir de hoje a vigilância tem que ser continuada. Precisamos todos os dias sermos vigilantes, sermos fiscais, para que nossa democracia nunca jamais seja agredida, vilipendiada, como tentaram fazer no 8 de Janeiro”, disse Eliziane.
O relatório foi aprovado por 20 votos a 11 e com uma abstenção. O placar a favor do texto foi anunciado em meio a gritos de “vergonha” entoados por congressistas da oposição. A estratégia adotada pelo grupo foi de minimizar e desqualificar o relatório.
O parecer de Eliziane pediu o indiciamento de 61 pessoas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares e ex-ministros do governo anterior. Agora, o texto deve ser enviado para a análise da PGR (Procuradoria Geral da República), que decidirá sobre as sugestões de indiciamento.
“Hoje, o Congresso Nacional, depois de analisar, investigar e apurar, apresenta para o Brasil e para o mundo um relatório conclusivo apontando o indiciamento daqueles que tentaram destruir o processo democrático à revelia das instituições”, disse a relatora.
No parecer, também tiveram pedidos de indiciamento ex-assessores de Bolsonaro, dentre eles o tenente-coronel Mauro Cid; policiais militares; pessoas identificadas como financiadores dos atos; ex-integrantes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); e a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
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