O ministro Alexandre Silveira (PSD-MG) indicou Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME (Ministério de Minas e Energia), para o comando da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O nome de Pietro será submetido à Casa Civil e, por conseguinte, ao crivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que dará a palavra final.
Procurado pelo Poder360, Pietro disse que a reportagem da Folha de São Paulo, publicada na 5ª feira, era “fake” e que Lula não havia batido o martelo, mas Silveira confirmou a este jornal digital que o indicou para o cargo de diretor-geral da agência reguladora.
Caso seja aprovado como chefe da ANP, Pietro terá de deixar a presidência do Conselho de Administração da Petrobras (BVMF:PETR4), já que não poderá atuar simultaneamente como agente regulador e regulado –a Petrobras é regulada pela ANP. Silveira terá de indicar, portanto, um novo presidente para o CA da petroleira.
Como a indicação ainda não foi apreciada pelo Planalto, o nome de Pietro ainda não foi encaminhado para o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A Comissão de Infraestrutura (CI) da Casa Alta é responsável por sabatinar o indicado.
CORREM POR FORA
Na disputa com Pietro, está Daniel Maia, diretor da ANP e concunhado de Thiago Cedraz, filho de Aroldo Cedraz, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Maia tem apoio dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Rumores nos corredores do Congresso dão conta que a indicação de Maia foi um “pedágio” cobrado pelo integrante do órgão de controle para articular a aprovação da privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3) em junho de 2022, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Também corre por fora o nome de Allan Kardec, presidente da Gasmar, distribuidora de gás canalizado do Maranhão, e articulista do Poder360. Apesar de ter apoio da “tríplice coroa” do Maranhão –José Sarney, Flávio Dino e o governador Carlos Brandão (PSB-MA)– e ser defensor ferrenho da exploração petrolífera da Margem Equatorial, Kardec está fraco na disputa.
Por último, ainda cogita-se outro diretor da ANP, Fernando Moura, indicado por Rubens Ometto, dono da Cosan (BVMF:CSAN3), mas cujas chances são mínimas.
OTTO ALENCAR DE OLHO
O senador Otto Alencar (PSD-BA) está decidido a indicar o sobrinho de sua mulher, Artur Watt Neto, consultor jurídico da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A) para a Diretoria 4 da ANP, que está vaga desde dezembro de 2023, quando Cláudio Jorge de Souza deixou o cargo. O mandato é de 5 anos.
A Diretoria está sendo ocupada interinamente pelo superintendente de Participações Governamentais (SPG) da ANP, Bruno Caselli, desde 30 de julho de 2024. Caselli, que assumiu no lugar de Patrícia Baran, é é o 2º substituto da lista tríplice definida em janeiro.
Ao Poder360, Otto declarou que Watt é um técnico com amplo conhecimento do setor de petróleo e gás.