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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na 5ª feira (20.nov.2025) ter recebido “com satisfação” o anúncio do governo dos Estados Unidos da revogação do tarifaço de 40% sobre uma série de produtos agropecuários brasileiros. Acrescentou que manterá “negociações com os EUA” com o objetivo de zerar as tarifas adicionais dos produtos restantes.
“O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os 2 países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas”, afirmou o Executivo federal em comunicado.
“O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta do comércio bilateral”, disse o governo federal. Leia, ao final, a íntegra do comunicado.
Na 5ª feira (20.nov), em documento assinado pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano), os EUA anunciaram a revogação das tarifas de 40% impostas sobre “alguns” produtos agrícolas, como carne, café e frutas.
No texto sobre o anúncio norte-americano, o governo brasileiro citou alguns marcos do curso das tratativas entre os 2 países. Afirmou que os EUA fizeram “menção à conversa telefônica do presidente Lula com o presidente Trump em 6 de outubro” e que a medida implementada pela Casa Branca é retroativa a 13 de novembro, “data que coincide com o dia da última reunião entre o ministro [das Relações Exteriores] Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio”, ocorrida em Washington.
De acordo com o governo federal, o decreto dos EUA “acrescenta que o presidente Trump recebeu recomendações de altos funcionários de seu governo de que certas importações agrícolas do Brasil não deveriam estar mais sujeitas à tarifa de 40% em função do ‘avanço inicial das negociações’”.
TARIFAÇO DOS EUA
Na 6ª feira passada (14.nov), os EUA já haviam retirado uma tarifa de 10% sobre itens semelhantes aos citados na ordem de 5ª feira (20.nov). A decisão anterior era para todos os países, diferentemente da atual, que é direcionada só ao Brasil.
O decreto de Trump vem em momento em que os norte-americanos reclamam da inflação de alguns produtos. Os preços de bananas e carne moída, muito usada para fazer hambúrgueres, subiram depois do tarifaço.
A aprovação do presidente norte-americano também está em queda. Esse fator, somado à alta da inflação, pode ter influenciado a decisão do governo dos EUA de revogar as taxas.
Eis alguns dos itens mais importantes que estavam sujeitos à taxa de 40% e agora não terão mais cobrança:
- carne bovina;
- café;
- algumas frutas (banana, açaí, tomate, coco, abacaxi);
- castanha de caju;
- suco de laranja;
- palmito;
- algumas especiarias e temperos (orégano, gengibre, cominho, canela, pimenta, páprica).
Leia na íntegra o comunicado à imprensa da Presidência da República:
“Retirada de tarifas sobre produtos brasileiros importados pelos EUA
“O governo brasileiro recebeu hoje (20.nov), com satisfação, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil.
“Estarão isentos de tarifa vários tipos de carne, café e várias frutas (como, por exemplo, manga, coco, açaí, abacaxi).
“O enunciado da Ordem Executiva que implementa a medida faz menção à conversa telefônica do presidente Lula com o presidente Trump em 6 de outubro, quando decidiram iniciar as negociações sobre as tarifas.
“Acrescenta que o presidente Trump recebeu recomendações de altos funcionários do seu governo de que certas importações agrícolas do Brasil não deveriam estar mais sujeitas à tarifa de 40% em função do ‘avanço inicial das negociações’ com o governo brasileiro.
“A medida é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com o dia da última reunião entre o ministro [das Relações Exteriores] Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio em Washington, na qual se discutiram meios de avançar nas tratativas bilaterais para a redução das tarifas sobre os produtos brasileiros.
“O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os 2 países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas.
“O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral.”