O republicano Jim Jordan não conseguiu se tornar presidente da Câmara dos Estados Unidos em sua 2ª tentativa depois da destituição de Kevin McCarthy do cargo em outubro. Jordan, um conservador e aliado do ex-presidente Donald Trump, viu seu apoio diminuir nesta 4ª feira (18.out.2023), recebendo 199 votos, enquanto precisava de 217 para vencer – uma queda em relação aos 200 votos que obteve na sessão realizada na 3ª (17.out).
Ao deixar o Capitólio nesta 4ª (18.out), Jordan disse a repórteres que uma nova votação deve ser realizada na 5ª (19.out). Isso representaria o 3º dia consecutivo de votações para a candidatura do republicano. O ex-presidente da Câmara precisou de 4 dias e 15 rodadas de votação para conquistar o cargo em janeiro.
Desde a destituição de McCarthy em 3 de outubro, os republicanos, que têm uma maioria estreita de 221-212 na Câmara, não conseguiram concordar com um candidato a presidente. Uma parcela rejeita a nomeação de Jordan ao cargo por razões que incluem seu posicionamento sobre impostos, despesas e auxílio em situações de desastres. Além disso, ele é visto como um representante da ala mais conservadora do partido.
Os republicanos que se opuseram a Jordan nesta 4ª (18.out) votaram em 10 candidatos diferentes, incluindo John Boehner, o ex-presidente da Câmara que serviu de 2011 a 2015.
Jordan venceu o deputado Austin Scott, da Geórgia, na disputa interna do partido por 124 a 81. A margem é considerada pequena, tendo em vista que o congressista precisa conseguir a maioria de 217 dos votos na Câmara para conquistar o cargo.
O funcionamento da Câmara está paralisado e será retomado quando um novo presidente for eleito. O deputado Patrick McHenry, da Carolina do Norte, foi nomeado presidente interino.
A falta de um líder na Câmara dos EUA por 16 dias está dificultando a resposta dos norte-americanos a questões como a guerra no Oriente Médio, envolvendo Israel e o Hamas, bem como a agenda doméstica. A principal preocupação interna é evitar um “shutdown” do governo decorrente da falta de aprovação de leis orçamentárias, cujo prazo se estende até novembro deste ano.
SAÍDA DE MCCARTHY
A destituição de McCarthy do cargo de presidente da Câmara dos Estados Unidos partiu de republicanos conservadores insatisfeitos com a gestão do líder nos gastos governamentais e nas negociações com o presidente Joe Biden.
McCarthy foi eleito para o cargo de presidente da Câmara em janeiro deste ano. Foram necessárias 15 rodadas de votações para que o deputado representante do 20º distrito da Califórnia fosse escolhido. Ele não conseguiu o apoio de republicanos da ala mais conservadora do partido para ser eleito e precisou negociar concessões para que a situação fosse revertida.
Nos meses seguintes, esse grupo de parlamentares ficou cada vez mais insatisfeito com a abordagem do presidente da Câmara em relação ao governo. A desaprovação de McCarthy entre os republicanos conservadores se intensificou quando o congressista fechou acordos com o presidente Biden e os democratas para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos em maio.
Na semana passada, o presidente da Câmara também teve dificuldades para ter a aprovação do financiamento dos serviços públicos para 2024 e evitar a paralisação do governo por causa da resistência republicana.