O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 23, que não acompanhou o ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizado em Copacabana, zona sul do Rio, no domingo, 21, pois estava mais interessado em fotografar os ninhos de joão-de-barro do Palácio do Alvorada."Não vi o ato porque eu estava fotografando o Minha Casa Minha Vida dos joões-de-barro", afirmou o presidente durante um café com jornalistas no Palácio do Planalto.
No domingo, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou em suas redes sociais um vídeo em que Lula diz se inspirar no ninho do pássaro para o programa de habitação do governo federal. "Eu descobri no Palácio do Alvorada quatro casas de joão-de-barro num alumínio, mais três numa árvore, e resolvi, sabe, fazer um filme, publicar na internet", afirmou. Nesta terça, o presidente retomou o episódio para minimizar o ato pró-Bolsonaro no Rio. "Não me preocupa os atos dos fascistas", disse.
Nas redes sociais, aliados de Lula evitaram comentar sobre a manifestação em favor de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Os governistas ou comentaram sobre o ato de forma indireta ou simplesmente não tocaram no assunto. A publicação sobre o joão-de-barro, por exemplo, foi compartilhada pelo ministro Alexandre Padilha, da pasta de Relações Institucionais, e Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU).
O ato bolsonarista deste domingo foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e por manifestações de gratidão ao empresário Elon Musk, dono do X.
O protesto retomou os temas do ato na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro, mas teve menor adesão que a manifestação em São Paulo. Segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), 32.750 pessoas estiveram em Copacabana para expressar apoio ao ex-presidente. O público equivale a menos de um quinto dos 185 mil presentes na Paulista.