Por Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém grande vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pode vencer a eleição presidencial de outubro no primeiro turno, mostrou pesquisa PoderData divulgada na noite de quinta-feira pelo site de notícias Poder360.
Segundo a pesquisa, Lula tem 42% dos votos contra 28% para Bolsonaro. Na pesquisa anterior, um mês atrás, Lula tinha 40% e Bolsonaro 30%.
O apoio dos eleitores a Lula é agora quase igual ao apoio total a todos os outros candidatos, que está em 45%, indicando que ele poderia ganhar a eleição no primeiro turno, obtendo mais de 50% dos votos válidos.
Ainda de acordo com a pesquisa, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) aparece com 8% das intenções de voto, ante 7% na pesquisa anterior, enquanto Ciro Gomes (PDT) tem 3%, ante 4%, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), soma 2%, ante 4%, o deputado federal André Janones (Avante-MG) tem 2%, mesmo patamar da pesquisa anterior, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) soma os mesmos 1% da sondagem passada, assim como a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Se a eleição for para um segundo turno, Lula derrotaria Bolsonaro por 54% a 32% dos votos, disse o PoderData.
O PoderData ouviu 3.000 eleitores por telefone em 511 cidades entre 16 e 18 de janeiro. A pesquisa tem uma margem de erro de 2 pontos percentuais.
Nem Lula nem Bolsonaro declararam formalmente suas candidaturas, mas os mercados financeiros já estão reagindo à perspectiva do retorno ao poder do líder petista.
Na quarta-feira, Lula mencionou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como seu possível companheiro de chapa, ajudando a impulsionar o real para seu nível mais forte em relação ao dólar desde novembro.
Analistas disseram que a escolha de Alckmin como vice sinalizaria responsabilidade fiscal em um eventual governo do PT.
Na mesma entrevista dada na quarta-feira, no entanto, Lula também afirmou que o combate à desigualdade deve ser a prioridade do governo, e não o teto de gastos públicos, e disse que não pode querer ser presidente "para resolver os problemas do sistema financeiro".
Lula, de 76 anos, governou o Brasil de 2003 a 2010 e os programas sociais de seu governo tiraram milhões de brasileiros da pobreza. Ele passou um tempo na prisão após ser condenado por acusações de corrupção no âmbito da operação Lava Jato, cujas sentenças foram posteriormente anuladas, permitindo que ele se candidatasse novamente à Presidência.