"Príncipe das Trevas" Ozzy Osbourne morre aos 76 anos
(Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu nesta terça-feira proibir o funcionamento das comissões da Casa até 1º de agosto, em meio a uma movimentação de deputados de oposição ao governo Lula para usar sessões de colegiados durante o recesso branco do Congresso para manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados", escreveu Motta em ato da presidência da Casa.
Deputados da Comissão de Segurança Pública da Câmara haviam convocado reunião do colegiado para a manhã desta terça-feira para votar uma "moção de solidariedade" a Bolsonaro, após o ex-presidente ser alvo de medidas restritivas por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro chegou a anunciar que compareceria à sessão do colegiado, mas decidiu cancelar a ida, segundo uma fonte próxima ao ex-presidente, que falou sob condição de anonimato. Na véspera, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu prazo de 24 horas para a defesa de Bolsonaro explicar postagens de redes sociais com fotos e falas do ex-presidente durante uma visita ao Congresso, uma vez que Moraes havia proibido a aparição de Bolsonaro em redes sociais próprias ou de terceiros.
Moraes também determinou, na semana passada, que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e permaneça recolhido em sua casa durante a noite nos dias de semana e durante todo o dia nos fins de semana e feriados. Proibiu ainda o ex-presidente de conversar com o filho e deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de contactar embaixadores e se aproximar de embaixadas.
A decisão de Moraes foi tomada após o ministro entender que Bolsonaro e Eduardo atuaram junto a autoridades dos Estados Unidos para coibir e influenciar o STF, onde o ex-presidente é réu em processo por tentativa de golpe de Estado.
Moraes entendeu que o anúncio de uma imposição de tarifa comercial de 50% sobre os produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump, foi resultado de uma articulação de Eduardo -- que licenciou-se do mandato e está nos EUA fazendo campanha pela imposição de sanções a autoridades brasileiras -- com o apoio de Bolsonaro, que enviou R$2 milhões ao filho.
Na carta em que anunciou as tarifas ao Brasil, Trump chamou de "caça às bruxas" o processo em que Bolsonaro é réu acusado de tentar um golpe de Estado após sua derrota eleitoral em 2022, e pediu que o que chamou de perseguição política ao ex-presidente parasse "imediatamente".
(Por Eduardo Simões e Luciana Magalhães, em São Paulo)