O pedido pela abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades no leilão do arroz anulado pelo governo federal avança com apoio de deputados da oposição. Cerca de 150 assinaturas já foram coletadas na Câmara dos Deputados até esta 3ª feira (18.jun.2024).
A informação é do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS). Para que a comissão seja instalada, é necessária a subscrição de 1/3 da Casa Baixa, ou seja, 171 deputados.
“Ministro Fávaro, trabalhe muito para não ter as assinaturas previstas, porque o senhor vai cair”, disse Zucco durante audiência realizada nesta 3ª feira (18.jun) na Câmara para tratar sobre o leilão. Ele levantou um cartaz em defesa da “CPI do Arroz”.
A reunião, realizada na Comissão de Agricultura, ouviu Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Ele foi demitido pela Casa Civil depois do surgimento de indícios de irregularidade no certame.
Zucco é um dos principais defensores de que o processo seja aberto. Ele anuncia a coleta de assinaturas desde 11 de junho.
“Depois de ter escutado o senhor Neri Geller, não há dúvida de suspeitas graves. A CPI do Arrozão do PT vai mostrar envolvimentos politiqueiros em um momento tão triste do nosso Estado”, disse o deputado.
Durante a audiência, Geller disse que a secretaria da qual fazia parte não era totalmente favorável ao leilão. O ex-secretário afirmou que considerava legítima a preocupação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o desabastecimento, mas que houve um “equívoco político” nas tratativas do certame.
A reunião terá continuidade na 4ª feira (19.jun), quando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, prestará esclarecimentos sobre a necessidade de importação do arroz.
Durante a manhã, a Comissão de Agricultura aprovou um requerimento para que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) investigue supostas infrações econômicas cometidas no leilão.
Importação de arroz
O leilão para a compra do arroz havia sido realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 6 de junho para assegurar o fornecimento de arroz no país depois da calamidade pública causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
O certame foi posteriormente anulado pelo governo federal em 11 de junho depois de críticas a empresas vencedoras. Das 4 ganhadoras, 3 não são empresas do ramo de importação.