Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) -O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, garantiu nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respeitará as regras estabelecidas no arcabouço fiscal, ao mesmo tempo que disse que o contingenciamento de 4,5 bilhões de reais no PAC, anunciado na véspera, não vai paralisar nenhuma obra que esteja em andamento.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov, Padilha também afirmou que o cumprimento do arcabouço fiscal foi uma determinação de Lula aos seus ministros e que o contingenciamento de recursos detalhado na noite de terça-feira é uma prova disso.
"O presidente Lula mais uma vez vai ter responsabilidade social...dizendo o seguinte: esses investimentos não vão ultrapassar um certo limite que possa piorar as nossas contas públicas", disse Padilha na entrevista.
O ministro também comentou o detalhamento do contingenciamento orçamentário, publicado em edição extra do Diário Oficial da União na noite de terça, e assegurou que não haverá paralisações em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Não vai parar nenhuma obra que já esteja em andamento, nem vai atrasar o cronograma", garantiu.
A equipe econômica anunciou na semana passada um congelamento de 15 bilhões de reais em verbas de ministérios para levar a projeção de déficit primário do governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero. De acordo com o decreto, as verbas para o PAC foram travadas em 4,5 bilhões de reais.
O ministro, responsável pela articulação política do Executivo com o Legislativo, também assegurou que a economia brasileira crescerá mais de 2% neste ano e colocou o cumprimento do arcabouço fiscal como pilar fundamental para chegar a esse objetivo.
"O compromisso de seguir o arcabouço fiscal é decisivo para a gente manter o ritmo de crescimento. Pode anotar, o Brasil vai crescer neste ano mais de 2%, superando mais uma vez as previsões daqueles pessimistas que diziam no início do ano que o Brasil cresceria menos de 2%", disse Padilha.
O ministro também disse que a relação entre o governo e o Congresso Nacional é de "muito sucesso" e a comparou à dupla de atacantes Bebeto e Romário, campeões mundiais com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)