Duas das últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas na Argentina, antes do 1º turno das eleições presidenciais no domingo (22.out.2023), mostram um cenário disputado: em uma, o candidato de direita Javier Milei aparece à frente; na outra, a liderança é do atual ministro da Economia, Sergio Massa, de esquerda.
No levantamento feito pela CB Consultora, Milei, que representa a coalizão La Libertad Avanza, tem 29,9% das intenções de voto. Está tecnicamente empatado com Massa, com 29,1%.
A ex-ministra da Segurança e candidata pelo partido Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich (direita), tem 21,8% das intenções de voto.
O levantamento entrevistou de forma on-line 4.069 argentinos de 9 a 11 de outubro. A margem de erro é de 1,5 ponto percentual. O nível de confiança é de 95%. Por lei, a Argentina proibiu a publicação de novas pesquisas eleitorais depois de 14 de outubro. Eis a íntegra do relatório (PDF – 3 MB, em espanhol).
Já na pesquisa feita pelo instituto Atlas Intelligence, Massa aparece com 30,9% das intenções de voto, enquanto Milei tem 26,5%. Bullrich foi citada por 24,4% dos eleitores.
Os dados foram coletados de 10 a 13 de outubro de 2023. Foram 5.702 entrevistados. A margem de erro é de 1 ponto percentual. O intervalo de confiança é de 95%. Eis a íntegra do relatório (PDF – 9 MB, em espanhol).
Cenários do 2º turno
Os entrevistados também foram questionados em quem votariam em um possível 2º turno das eleições. As pesquisas da CB Consultora e da Atlas Intel (NASDAQ:INTC) apresentam cenários diferentes.- Pesquisa CB Consultora:
- Pesquisa Atlas Intelligence:
Já contra Patricia Bullrich, Milei recebeu 33,1%, enquanto a candidata do Juntos por el Cambio teve 37,3% das intenções de voto. No duelo com Sergio Massa, Bullrich também leva vantagem: 41,8% contra 36,3%.
AS ELEIÇÕES
Na Argentina, as eleições presidenciais são realizadas a cada 4 anos. O mesmo período é usado para o pleito da Câmara, que elege quase metade dos deputados (130 ou 127, alternadamente a cada eleição, de 257 cadeiras). Já os senadores têm mandatos de 6 anos. Cada eleição escolhe um terço da Casa Alta, com 72 assentos.Para as eleições de governadores, cada província tem seu calendário próprio. Este ano, só 4 escolherão novos chefes do Executivo: Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e Santa Cruz.
Nas eleições gerais, os candidatos à Presidência precisam de ao menos 45% dos votos válidos –excluídos brancos e nulos– ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação aos demais candidatos para vencer em 1º turno.
Caso ninguém atinja essa marca, será necessário um 2º turno, marcado para 19 de novembro de 2023. Neste caso, vence o candidato com maior número de votos.
A Argentina tem, atualmente, 35,8 milhões de eleitores, sendo que 449 mil moram no exterior. A população total do país é de 46,2 milhões.
Esta reportagem foi escrita pela estagiária de jornalismo Eduarda Teixeira sob supervisão do editor Lorenzo Santiago.