O assessor de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Comunicação da Presidência na gestão do ex-presidente, Fabio Wajngarten, criticou as privatizações no Estado de São Paulo. Ele usou sua conta oficial no X (ex-Twitter) para se colocar contra a desestatização da Sabesp (BVMF:SBSP3) –companhia de água da localidade.
“Em teoria a privatização é maravilhosa. Bairros de SP estão no escuro há mais de 30 horas. Se com energia elétrica o transtorno é enorme, imaginem se a companhia de água cair nas mãos de grupos tão incompetentes quanto os de energia”, escreveu, depois das fortes chuvas que atingiram São Paulo.
Wajngarten disse que, enquanto no Brasil “tudo se resumir a medidas de curto prazo, para gerar caixa para frutos emergenciais ao custo de entregar o país para as ‘BlackRocks’ da vida, o Brasil vai seguir sendo uma colônia”.
“Óbvio que nossa casta magnânima continuará com todas as suas regalias, contudo, temos que parar de olhar apenas para os umbigos de barrigas cheias de lagosta e blue label e começar a pensar num projeto de país grandioso”, declarou Fabio Wajngarten.
PRIVATIZAÇÃO DA SABESP
Em 2 de outubro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), incluiu a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, na Lei Orçamentária de 2024 enviada à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).Segundo o Governo de São Paulo, dos R$ 14 bilhões em alienação de bens incluídos na proposta orçamentária, R$ 10 bilhões vem da venda da Sabesp à iniciativa privada.
Até 11 de setembro, Tarcísio havia se reunido com cerca de 180 dos 357 prefeitos de municípios atendidos pela companhia.
Em agosto, o governo de SP lançou um guia informativo sobre a desestatização da empresa. A ideia é informar os supostos benefícios da operação à população paulista. O material demonstra como o modelo da desestatização pode ampliar investimentos no Estado, reduzir tarifas e tornar a companhia uma plataforma multinacional do setor.
No total, segundo o governo, serão beneficiadas com os serviços 10 milhões de pessoas até 2029 –sendo 1 milhão de novos usuários em áreas rurais, irregulares, consolidadas ou em comunidades tradicionais. Eis a íntegra do guia (PDF – 2 MB).
A gestão de Tarcísio aprovou em 31 de julho a privatização da Sabesp em modelo de “follow on”, ou oferta subsequente –sistema em que empresa de capital aberto realiza uma oferta adicional de ações na bolsa de valores.
Conforme a proposta, o Estado de São Paulo seguirá como acionista minoritário da Sabesp, mesmo com a privatização.