O crescimento econômico mundial deve desacelerar de 3% em 2022 para 2,4% em 2023, segundo estima um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas). O estudo classifica a projeção para este ano como uma “recessão global”.
As expectativas de crescimento para o próximo ano também são tímidas: foram calculadas em 2,5%. Para que o resultado se confirme, a economia global dependerá da recuperação da zona do euro e da prevenção de crises pelas grandes economias mundiais.
Os dados constam no “Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2023”, desenvolvimento pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), divulgado na 4ª feira (4.out.2023). Eis a íntegra do documento (2 MB).
De acordo com o órgão, “o panorama econômico global atual é caracterizado por desigualdades crescentes e divergência de trajetórias de crescimento entre regiões-chave”.
O continente que mais deve crescer em 2023, segundo estimativa, é a Ásia, com aceleração de 0,3 pontos percentuais em relação a 2022, para 3,9%. Na sequência vêm: África (2,7%), América (2%), Oceania (1,8%) e, em último lugar, a Europa (0,6%).
Para o Brasil, a previsão da ONU é de um crescimento de 3,3% neste ano, ante 2,9% em 2022. No próximo ano, a estimativa é que a economia brasileira cresça 2,3%.
Já a Argentina tem a pior projeção para 2023 entre os países listados, com recuo de 2,4%. Para 2024, o recuo previsto está em 0,6%. Apenas a Alemanha acompanha o país sul-americano e registra estimativa de crescimento negativo em 2023. A previsão é de uma queda para 0,6%.
Com o aprofundamento das desigualdades e do endividamento, o relatório aponta a “necessidade urgente” de desenvolver mecanismos que promovam segurança alimentar, proteção social e adaptação climática. “Sem uma ação decisiva, a fragilidade da economia global e uma série de choques diversos correm o risco de evoluir para crises sistêmicas”, alerta a ONU.
Entre as recomendações listadas no relatório estão:
- reforço da coordenação internacional pelos bancos centrais, com foco na sustentabilidade financeira a longo prazo;
- aumentos reais de salários e criação de políticas públicas de proteção social abrangente;
- investimentos no processo de transição energética com cooperação multilateral da OMC (Organização Mundial do Comércio), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.