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Às vésperas de prazo para perder gabinete, PSDB tenta filiar Do Val

Publicado 21.09.2023, 09:59
© Reuters.  Às vésperas de prazo para perder gabinete, PSDB tenta filiar Do Val

Com a eminência de o PSDB perder o gabinete de liderança no Senado, o líder do partido, o senador Izalci Lucas (DF), tenta filiar um novo senador. A aposta é em Marcos Do Val (Podemos-ES). Segundo apurou o Poder360, a articulação estaria avançada e os tucanos esperam que Do Val assine a filiação ainda nesta 5ª feira (21.set.2023).

O PSDB pode perder a sala de liderança do partido no Senado se não conseguir filiar ao menos mais um nome até 6ª feira (22.set). Tudo porque o regimento interno da Casa Alta cita a necessidade de a sigla ter ao menos 3 senadores para contar com o espaço. Atualmente, só tem 2: Izalci e Plínio Valério (AM).

No início de 2023, o PSDB contava com 4 senadores. No entanto, a senadora Mara Gabrilli deixou a sigla em janeiro e migrou para o PSD. Já Alessandro Vieira (SE) foi para o MDB em junho.

A partir do momento em que Vieira saiu do partido, o PSDB tinha 90 dias para conseguir um novo senador filiado ou deixar o gabinete. Em uma manobra para conseguir mais tempo, Izalci protocolou um requerimento para que o recesso informal, realizado em julho, seja descontado do prazo. Assim, o partido ganharia mais alguns dias.

Apesar disso, o líder partidário também investe em conseguir mais filiados. “Pode ser que resolvamos isso hoje [5ª feira – 21.set]. Estamos só aguardando”, disse o senador. “Pelo menos 1 deve vir exatamente para a gente ter 3”.

Os tucanos contam com um gabinete de liderança no Senado desde 1988, ano da Constituinte, e ocupam um dos melhores gabinetes há anos. Veja fotos da localização do gabinete registradas pelo repórter fotográfico do Poder360, Sérgio Lima:

Entrada do gabinete fica em frente ao plenário do Senado, no Salão Azul | Sérgio Lima/Poder360 - 4.ago.2023

A localização é um dos maiores pontos positivos do gabinete atualmente ocupado pelo partido | Sérgio Lima/Poder360 - 4.ago.2023

Na imagem a porta do gabinete, ao fundo a Alameda das Bandeiras, no Salão Azul (BVMF:AZUL4) do Senado | Sérgio Lima/Poder360 - 4.ago.2023

A liderança do PSDB também fica próximo à Presidência do Senado | Sérgio Lima/Poder360 - 4.ago.2023

Ao lado, fica a Secretaria Geral da Mesa do Senado | Sérgio Lima/Poder360 - 4.ago.2023

TROCA PARTIDÁRIA

Ao mesmo tempo que tenta fazer com que o partido não perca o gabinete de liderança, Izalci também avaliar mudar de partido. O líder tucano afirma que diferentes partidos se aproximaram dele sobre o tema e que está em diálogo com “amigos” de diferentes siglas.

Segundo ele, nenhum diálogo sobre sair do PSDB está avançado no momento. Ele diz que não tomou nenhuma definição, que somente há convites e análises.

Um desses partidos seria o PL (Partido Liberal), atual sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. Izalci é um dos integrantes da oposição ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como os congressistas mais identificados ao bolsonarismo.

Outro partido citado por Izalci é o União Brasil. O partido faz parte da Esplanada dos Ministério do governo Lula.

“Eu já fui do PL, eu tenho uma relação boa com eles. Mas da mesma forma também o União Brasil, da mesma forma o Republicanos. Agora, o meu objetivo agora é de fato recompor o PSDB”, disse Izalci.

QUEDA DO PSDB

O partido que teve as maiores perdas nas eleições de 2022 foi o PSDB. A sigla abriu mão de lançar candidato ao Palácio do Planalto para focar energia nos Estados e no Congresso. Fracassou em ambos. No pleito, foram eleitos 18 deputados federais, na federação com o Cidadania, e nenhum senador.

Os resultados de 2022 são uma derrota relevante para um partido que, de 1994 a 2014, alternou com o PT o comando do país e elegeu 8 governadores em 2010.

No Senado, o partido só tem mais congressistas do que o Novo, que conta somente com Eduardo Girão. Antes, a Rede Sustentabilidade também tinha um senador, mas Randolfe Rodrigues anunciou sua desfiliação da sigla em maio e agora está sem partido.

Dissidência do MDB, o partido tucano foi fundado em 1988, já com 8 senadores. Entre seus fundadores e atual presidente de honra está o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

Apesar da derrota nas urnas em 2022, o PSDB é o 3º maior partido do país, com mais de 1 milhão de filiados.

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