(Reuters) - A seca severa que atinge o norte do Brasil está avançando por toda a calha da bacia do rio Amazonas, informou nesta quarta-feira o Serviço Geológico do Brasil (SGB), citando níveis mínimos históricos nos rios Solimões e Madeira, além de cotas de água abaixo da normalidade nos rios Negro, Acre e Amazonas.
“Em Manaus (AM), a cota tem reduzido 25 cm por dia e chegou, nesta quarta-feira (4), a 19,01 m, ou seja, 2,50 m abaixo do intervalo da normalidade para a época”, registrou o SGB, que publicou o 36º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas.
“Em Tabatinga (AM), o Solimões atingiu -1,35 m na terça-feira (3), a cota mais baixa desde o início da série histórica (1983)”, acrescentou o SGB em nota. Anteriormente, a cota mais baixa em Tabatinga havia sido de -86 cm, em 2010. No ano passado, quando a seca também atingiu a região, a cota chegou a -75 cm.
Na última segunda-feira, a Reuters informou que os rios da região amazônica vêm diminuindo rapidamente desde junho. A combinação entre altas temperaturas e chuvas abaixo da média histórica, na sequência de um ano extremamente seco, tem gerado prognósticos pessimistas para a região.
Nesta quarta-feira, a Eletrobras (BVMF:ELET3) informou que a hidrelétrica de Santo Antônio, controlada pela companhia, paralisou parte de suas unidades geradoras em função das baixas vazões no rio Madeira.
De acordo com a companhia elétrica, a paralisação ocorreu na terça-feira e afetou as unidades geradoras localizadas na margem esquerda e no leito do rio, que atingiram os limites operativos.
(Por Fabrício de Castro, em São Paulo)