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2 riscos podem estragar a festa das ações em 2024, afirmam analistas; entenda

Publicado 28.12.2023, 14:47
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Investing.com – Há alguns meses, praticamente ninguém previa que os mercados teriam o maior rali de fim de ano em décadas. O S&P 500 estava em seu menor patamar em cinco meses, e os que esperavam uma correção para 3500 pontos eram cada vez mais numerosos.

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O Goldman Sachs (NYSE:GS), no entanto, projeta mais um ano de valorização para as ações em 2024, pois não vê motivos para uma mudança de cenário, mas essa confiança excessiva pode se voltar contra os investidores.

O mercado foi impulsionado, entre outros fatores, pela surpreendente mudança de rumo do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que pode errar na avaliação da inflação, como já fez em 2020 e 2021. Hoje, as condições de crédito estão tão favoráveis como não se via desde maio de 2022, e ninguém parece se preocupar com o retorno da inflação.

O presidente do Fed, Jerome Powell, enfrentará um desafio especial na virada do ano. As expectativas de juros do mercado estão cada vez mais distantes das do banco central. A diferença nos aumentos de juros previstos para 2024 subiu de dois em novembro para três.

Se a inflação voltar a subir e o Fed tiver que voltar atrás, perderá o resto de sua credibilidade e a "bolha das 7 Magníficas será estourada em segundos", de acordo com o analista do BofA (NYSE:BAC), Benjamin Bowler, para quem a volatilidade acompanha as taxas de juros de curto prazo com dois anos de atraso. Por isso, espera um aumento na volatilidade em 2024, que só chegará ao máximo em 2026. A recessão, que muitos acham que é uma ilusão, não pode ser descartada. Bowler escreve:

"O mercado de títulos já tentou várias vezes antecipar uma recessão nos EUA, mas o Fed e a economia sempre desmentiram essas previsões. O risco é que a recessão aconteça quando os investidores não acreditarem mais nela. Os dados de quase um século mostram que as ações podem cair nesse caso, pois as recessões sempre prejudicaram as ações e dificilmente foram antecipadas."

Isso afetaria mais as "7 Magníficas", que são as mais sensíveis às mudanças de humor do mercado, na visão de Bowler:

"A história ensina que a euforia inicial costuma ser enganosa e leva a bolhas que se desfazem, estourando primeiro e depois revelando os vencedores. A bolha Nifty-50 nos anos 70 mostrou o que acontece quando se ignoram os valuations. A ideia de que as 7 Magníficas são o 'novo ouro' parece cair nesse erro, e há o risco de a história se repetir."

No mercado de commodities, a movimentação também é grande. O Oriente Médio continua sendo um foco de tensão e todos se questionam como os rebeldes houthis apoiados pelo Irã conseguem atacar os navios no Mar Vermelho sem que os países vizinhos reajam.

O analista de geopolítica, Tom Luongo, acha que os ataques dos houthis também interessam ao Kremlin, a Pequim e à Arábia Saudita. Se metade dos navios que passam pelo mar Vermelho mudar de rota pela África do Sul, o consumo extra de combustível vai aumentar a demanda por petróleo em cerca de 500 mil barris por dia.

Isso não só ajuda os sauditas, que precisam de um preço do petróleo de 80 dólares para equilibrar seu orçamento, mas também mantém a inflação alta nos EUA, enfraquece a competitividade da Europa e obriga o Banco Central Europeu (BCE) a sustentar o euro para que os custos de energia não disparem.

Luongo nota que os houthis não atacam navios ao acaso. Eles miram apenas nos navios dos rivais geopolíticos, enquanto os cargueiros chineses e os petroleiros russos passam ilesos.

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