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Investing.com — O veterano de Wall Street, Ed Yardeni, reduziu para 35% a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos, revertendo a elevação feita em março em meio às preocupações com o impacto generalizado das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
“A recessão Godot pode estar de volta em 2025”, escreveu Yardeni, referindo-se à sua análise de longa data segundo a qual uma desaceleração amplamente esperada pode nunca de fato ocorrer.
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Inicialmente associada ao temor de um aperto monetário mais agressivo, a narrativa atual de risco recessivo passou a se concentrar no “tumulto tarifário de Trump”, conforme destacou o economista. Apesar da alta recente nas projeções de recessão embutidas nos preços de mercado, Yardeni segue cético quanto à inevitabilidade de um recuo na atividade.
Os sinais emitidos pelos indicadores econômicos permanecem divergentes. Enquanto o índice de indicadores antecedentes aponta para retração, o índice de indicadores coincidentes segue renovando máximas históricas.
Os dados de emprego de abril também contribuíram para moderar os temores. “O relatório de sexta-feira reforçou nossa confiança na resiliência do mercado de trabalho”, afirmou Yardeni.
As preocupações nos mercados se intensificaram após a Casa Branca confirmar uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, além de uma alíquota padrão de 10% para a maioria dos outros parceiros comerciais. A decisão subsequente de Trump de postergar parte dessas medidas, contudo, contribuiu para aliviar o sentimento.
Nesse contexto, Yardeni revisou sua estimativa de risco recessivo de 45% para 35%, citando a possibilidade de que China e Estados Unidos possam estar dispostos a suspender mutuamente suas tarifas enquanto avançam em negociações comerciais.
O economista também apontou fatores políticos como motivação adicional, observando que Trump pode buscar desarmar as tensões antes das eleições legislativas, visando preservar a base republicana no Congresso.
Embora reconheça riscos ainda presentes, como a deterioração de indicadores de confiança empresarial e o quadro incerto da política chinesa, Yardeni destaca o papel de sustentação do consumo, particularmente impulsionado pelos aposentados da geração Baby Boomer, além do investimento corporativo contínuo em áreas como computação em nuvem e relocalização de cadeias produtivas.
Os dados de abril mostram criação de 177 mil vagas e novos recordes nos indicadores de renda obtida. Diante da recuperação dos mercados e da redução das probabilidades de recessão, Yardeni considerou revisar sua projeção de fim de ano para o S&P 500. Ainda assim, optou por manter cautela no curto prazo, citando como entrave uma perspectiva de lucros em deterioração e limitações nos múltiplos de "valuation".