SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Estácio Participações lideravam as quedas no Ibovespa nesta sexta-feira, pressionando os papéis do setor de educação como um todo, após a companhia indicar um crescimento de novas vagas para o ensino presencial para o ano menor do que algumas expectativas no mercado.
Às 16h45, as ações recuavam 6,23 por cento, a 27,71 reais. O Ibovespa neste momento cedia 0,79 por cento.
As ações da Kroton também sofriam, com queda de 2,41 por cento, assim como os papéis de Anima e Ser Educacional, que não fazem parte do Ibovespa, com declínios de 4,37 e 3,37 por cento, respectivamente.
Em teleconferência com analistas, a companhia de educação superior privada estimou que deve ter um crescimento na captação de alunos presenciais em 2014 entre 4 e 8 por cento, citando que todo o processo de captação para o segundo semestre se encontra atrasado em função da Copa do Mundo.
"Alguns agentes de mercado tinham algo mais para 10-12 por cento em suas estimativas", disse o BTG Pactual, em nota a clientes no início da tarde, lembrando que a previsão da casa é de 8,5 por cento.
Na visão dos analistas do BTG, o prognóstico da Estácio está longe de ser "desastroso". Para eles, é até "bastante saudável", quando se considera a grande exposição deles ao Rio de Janeiro, que realmente 'parou durante a Copa, e "que o contínuo benefício da 'morte lenta' da Galileo se encerrou no segundo trimestre de 2013". Os analistas fizeram referência à então mantenedora da UniverCidade e da Gama Filho, descredenciadas pelo MEC em janeiro, com parte dos alunos transferidos à Estácio.
De acordo com o BTG, há claramente uma maior alocação ao setor e qualquer barulho desencadeia grande volatilidade. Os analistas da casa disseram que o movimento é exagerado e que são compradores.
A Estácio, a primeira do setor a divulgar os resultados na noite de quinta-feira, viu seu lucro crescer 84,2 por cento no segundo trimestre, em linha com as estimativas de analistas, enquanto segue com pequenas e médias aquisições, com o anúncio da compra da Literatus, no Norte do país.
A equipe do Credit Suisse escreveu mais cedo que "mais uma vez, a Estácio foi capaz de proporcionar uma sadia expansão da receita, impulsionada pelo forte desempenho tanto na base de alunos como no ticket médio".
Do lado da margem Ebitda, contudo, os analistas Victor Schabbel e Lucas Lopes notaram que os números poderiam ter sido melhores, citando recebíveis e despesas de provisão para alunos que não são do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). "Um esforço maior é necessário", escreveram.
Em outra nota a clientes, à tarde, o CS também minimizou a questão da influência da Copa, dizendo que apenas atrasou, mas não cancelou as admissões, e disse que papel estaria em um bom ponto de entrada para quem ainda não está exposto no setor.
(Por Paula Arend Laier)