Por Aditya Soni
(Reuters) - As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) disparavam mais de 6% nesta segunda-feira, após entregas trimestrais melhores do que o esperado mostrarem que o plano do presidente-executivo, Elon Musk, de aumentar os volumes por meio de descontos estava funcionando.
A principal fabricante de veículos elétricos dos Estados Unidos pode registrar um aumento de 50 bilhões de dólares em seu valor de mercado, para 900 bilhões.
A 277 dólares, a ação já mais do que dobrou de valor este ano e subiu muito acima dos preços-alvo estabelecidos por analistas, levando algumas corretoras a alertar que as margens sofrerão por causa dos descontos agressivos. Por volta de 10:35, porém, as ações já saltavam 6,5%, a 278,82 dólares.
Os cortes de preço ajudaram a empresa a entregar 466.140 veículos no período de abril a junho, 10% a mais do que no trimestre anterior e 83% a mais que no mesmo período de 2022. A diferença entre quantos carros a Tesla produz e entrega também diminuiu para 13.560 no segundo trimestre, de 17.933 nos três meses anteriores.
"Os cortes de preços da Tesla estão funcionando muito bem", disse Gene Munster, sócio na empresa de investimentos Deepwater Asset Management. "O crescimento médio das entregas nos últimos sete trimestres foi de 50%. Este (trimestre) marca um aumento mensurável no crescimento."
Pelo menos oito analistas aumentaram seus preços-alvo para as ações, com vários dizendo que a meta de entregas anuais da Tesla de cerca de 1,8 milhão de veículos agora parece conservadora, já que a empresa entregou cerca de metade disso nos primeiros seis meses de 2023.
O preço-alvo médio do papel é de 210 dólares, cerca de 20% abaixo do último preço de fechamento. A Tesla tem uma relação preço/lucro futuro de cerca de 62,9 vezes, muito acima da Ford (NYSE:F), com 8,82 vezes, e próximo ao múltiplo de 62,66 vezes da Amazon.com (NASDAQ:AMZN).
"A questão-chave para os investidores é quais seriam as margens", disse Toni Sacconaghi, analista da Bernstein, em nota.
"Continuamos acreditando que a Tesla precisará reduzir ainda mais os preços neste ano e/ou no próximo ano para atingir suas metas de volume, pressionando as margens de forma relevante."
A empresa reportou margem bruta total de 19,3% no primeiro trimestre. Wall Street espera que a medida caia para 18,6% quando a empresa divulgar os resultados do segundo trimestre em 19 de julho.