Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os acionistas preferencialistas remanescentes da Vale aprovaram nesta quarta-feira a conversão da totalidade de suas ações em ordinárias, em uma Assembleia Especial, concluindo mais um importante passo da gigante de mineração em busca de aprimorar a sua governança corporativa.
No total, 51,48 por cento das ações preferenciais representadas na assembleia, ou um total de 158.111.060, votaram a favor da proposta de conversão total, segundo a assessoria de imprensa da empresa.
A conversão das ações é necessária para a inclusão da Vale no Novo Mercado, o mais alto nível de governança da B3 (SA:BVMF3), e também faz parte de um amplo plano que busca tornar a maior produtora global de minério de ferro em uma empresa sem controle definido e eliminar riscos atualmente atrelados à ela.
Ao comentar o resultado com participantes da assembleia, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, destacou que a conversão ocorreu muito antes do prazo inicialmente esperado e com muito suporte dos acionistas.
"Agora, estamos prontos para uma nova fase: transformar a Vale numa 'true corporation', garantindo aos acionistas as melhores práticas de governança. A partir de agora, também deveremos atrair novos investidores que preferem investir em empresas com este perfil", afirmou o executivo, segundo a assessoria de imprensa da empresa.
Mais cedo, em uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), os acionistas da empresa haviam aprovado a proposta de conversão da totalidade das ações preferenciais classe A de emissão da companhia em ações ordinárias, na relação de 0,9342 ação ordinária por cada ação preferencial.
A relação de troca foi a mesma ofertada na primeira oportunidade que os preferencialistas tiveram para converter suas ações em ordinárias, em agosto.
Na primeira fase da conversão, os acionistas detentores de 84,4 por cento das ações preferenciais aderiram ao plano, acima no mínimo necessário na ocasião, de 54,09 por cento.
NOVAS CONSELHEIRAS
Também na AGE, nesta quarta-feira, os acionistas da mineradora aprovaram como membros independentes do Conselho de Administração Sandra Guerra e Isabella Saboya, em Assembleia Geral Extraordinária, segundo informou a assessoria de imprensa.
Sandra e Isabella, duas dos quatro candidatos que concorreram ao Conselho, foram indicadas pela Aberdeen Asset Management, em nome de fundos de investimento que administram para clientes que são acionistas da Vale.
Guerra é co-fundadora do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, e Saboya foi analista de vendas e gerente de ativos e também trabalhou para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).