Investing.com – As ações da Cielo (BVMF:CIEL3) despencavam após o balanço do segundo trimestre deste ano e lideravam as perdas do Ibovespa nesta quarta-feira, 02. Às 10h50 (de Brasília), os papéis perdiam 5,96%, a R$4,42, enquanto o índice da bolsa de valores brasileira estava em queda de 0,58%, a 120.549 pontos.
A companhia de meio de pagamentos registrou um lucro líquido consolidado de R$708,5 milhões no segundo trimestre, alta de 11,5% na base anual e variação de 60,7% frente aos primeiros três meses do ano.
O lucro líquido recorrente atingiu R$486 milhões no 2T23, alta de 26,8% sobre o resultado reportado em igual período de 2022 e de 10,2% frente ao 1T23. Esse é o oitavo trimestre consecutivo de crescimento anual do indicador.
No entanto, na visão do BB Investimentos, a Cielo apresentou um resultado misto, com pontos positivos como lucro líquido recorrente acima das estimativas do banco, alta da penetração em produtos de prazo, elevação da rentabilidade e bom desempenho da Cateno. No entanto, o banco pontua, em relatório divulgado ao mercado, que a companhia registrou diminuição dos volumes transacionados e perda na base ativa de clientes, indicando uma retração na sua fatia no mercado.
“A Cielo segue apresentando bons resultados, em nossa opinião. Pontos negativos observados neste trimestre, como redução de volumes e queda na participação de mercado eram de fato esperados por nós, dados o ambiente macro desafiador, a dinâmica competitiva de seu setor e a estratégia adotada pela companhia de, em casos de pouco espaço de manobra, priorizar a rentabilidade em detrimento da participação de mercado”, aponta o analista Luan Calimério, que enxerga maior peso na tese de fatores como maior rentabilidade e diversificação de receitas. Assim, a recomendação do BB Investimentos é de compra, com novo preço-alvo de R$7 para o final de 2023.
Já o banco BTG (BVMF:BPAC11), também em relatório, destaca que o lucro líquido recorrente do segundo trimestre veio em linha com as projeções, com crescimento de receita e lucratividade, mas com indicador de volume total de pagamentos (TPV) decepcionado mais do que o esperado.
“Isso foi suportado pela expansão do rendimento da receita, beneficiando do limite anunciado recentemente nas taxas de intercâmbio, um forte negócio de pré-pagamento e números sólidos na Cateno”, apontam os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel. “Embora ainda gostemos de avaliação, a fraqueza do TPV definitivamente deixou um gosto ruim na boca”, ponderam. O BTG possui indicação de compra, também com preço-alvo de R$7.