Investing.com – As ações da Gol (BVMF:GOLL4) apresentavam pior queda do Ibovespa na tarde desta quarta-feira, 26, após a empresa reportar seus dados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2023. A companhia aérea apresentou lucro líquido de R$619,5 milhões entre janeiro e março, um recuo de 76,2% frente aos mesmos meses de 2022.
Às 16h04 (de Brasília), os papéis preferenciais recuavam 5,15%, a R$6,08.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado após o balanço, o Itaú BBA considerou, no entanto, os indicadores como positivos, diante de menor alavancagem após a reestruturação da dívida e ressaltou o Ebitda acima do esperado. Conforme apontado pelos analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Luiz Capistrano, a reestruturação da dívida contribuiu para uma redução de R$5,6 bilhões na dívida bruta.
“Considerando caixa, aplicações financeiras, caixa restrito e contas a receber, a liquidez melhorou para R$1,8 bilhão (vs. R$ 1,5 bilhão no 4T22). A dívida líquida ajustada caiu consideravelmente, para R$21,4 bilhões (de R$ 27 bilhões em dezembro)”, apontam os analistas, que destacam ainda a geração de caixa operacional de R$300 milhões, acima dos R$600 milhões no mesmo período do ano passado.
O Itaú BBA possui classificação market perform para as ações da Gol, com preço-alvo de R$22 para as ações preferenciais.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) afirmou, também em relatório, que o Ebitda ficou ligeiramente acima do guidance. Os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins ponderam, no entanto, que a liquidez total subiu “abaixo da injeção de caixa de US$450 milhões esperada pela emissão de títulos garantidos no período, mas a administração esclareceu na teleconferência de resultados que parte dessa entrada de caixa ainda não ocorreu”, com montante em torno de US$300 milhões. O Goldman Sachs possui classificação de compra para a Gol, com preço-alvo de R$12,80 para as ações preferenciais, um upside de 99,7%.
O Santander (BVMF:SANB11) avaliou os resultados como sólidos, com Ebitda superior às expectativas do banco em 15% e do consenso em 12%, o que teria sido motivado pela alta da receita unitária. Segundo os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem, a receita foi impulsionada pela retomada gradual da demanda corporativa, mas ainda está em níveis abaixo do período pré-pandêmico. Os custos recorrentes subiram, diante de maiores gastos com manutenções e reparos, parcialmente compensados por gastos com pessoal mais baixos. O Santander possui recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$9,30.