Por Dhirendra Tripathi
Investing.com – As ações da Moderna (NASDAQ:MRNA) despencavam 19,1% às 15h15 (horário de Brasília) de quinta-feira após a empresa ter feito um corte considerável em suas projeções de vendas da sua vacina de duas doses para a Covid-19.
Por aqui, os BDRs da farmacêutica (SA:M1RN34) tinham queda de 18,3%.
A empresa afirmou que as vendas de vacinas se situariam entre US$ 15 bilhões e US$ 18 bilhões em 2021, uma grande redução apenas três meses depois de ter anunciado a assinatura de acordos para US$ 20 bilhões em vendas antecipadas de vacinas em 2021.
A título de comparação, no início desta semana, sua rival Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) elevou a projeção de vendas da vacina contra Covid no ano, para US$ 36 bilhões.
A Moderna também reduziu sua previsão de produção de vacinas no ano, para a faixa entre 700 milhões e 800 milhões de doses, considerando a dose completa de 100 microgramas utilizada para as duas doses.
A Moderna culpou os prazos de entrega mais longos para envios internacionais e exportações, que podem adiar as entregas para o início de 2022. A empresa disse que enxerga um impacto temporário da expansão da capacidade de envase, também conhecida como preenchimento/acabamento.
O corte na previsão de vendas deve-se também à priorização das entregas para países de baixa renda, muitos dos quais ainda não têm acesso à vacina capaz de salvar vidas.
"Estamos trabalhando arduamente para garantir que a nossa vacina esteja disponível em países de baixa renda, com cerca de 10% do nosso volume de 2021 e uma parcela significativamente maior do nosso volume de 2022 indo para países de baixa renda...", afirmou o diretor executivo Stéphane Bancel num comunicado da empresa.
O corte na projeção ofuscou a informação de que o conselho de administração da empresa aprovou uma recompra de ações de até US$ 1 bilhão, distribuídos ao longo de dois anos.
As receitas da Moderna no trimestre de setembro saltaram mais de 31 vezes, para US$ 4,97 bilhões, enquanto a empresa despachou milhões de doses e se manteve na vanguarda da ação contra a pandemia. O lucro foi de US$ 3,33 bilhões, contra um prejuízo de US$ 233 milhões no mesmo trimestre do ano passado. Apesar disso, tanto o lucro como as vendas foram inferiores às estimativas.