Investing.com – A Tenda (BVMF:TEND3) anunciou guidance para este ano, com projeção de vendas líquidas entre R$3,2 bilhões e R$3,5 bilhões em 2024, enquanto o Ebitda ajustado deve ficar entre R$ 375 milhões e R$ 425 milhões e a margem bruta ajustada entre 29% e 31%. Para o segmento Alea, divulgado separadamente no fato relevante, as vendas devem ficar entre R$400 milhões e R$500 milhões, Ebitda ajustado negativo entre R$50 milhões e R$30 milhões, além de margem bruta ajustada entre 9% e 11%. Às 13h29 (de Brasília) desta terça, as ações recuavam 6,76%, a R$11,18.
Segundo a Tenda, as estimativas não consideram o Programa Habitacional Pode Entrar e nem o Regime Especial de Tributação para Incorporações Imobiliárias, que prevê uma alíquota efetiva de imposto de 1% da receita proveniente das unidades vendidas na Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida. Enquanto o VGV estimado para o Pode Entrar é de R$ 577,1 milhões, o guidance pode ser revisado, pondera a Tenda.
Após a divulgação do guidance, o banco BTG (BVMF:BPAC11) divulgou relatório aos clientes e ao mercado em que destaca que uma recuperação nunca é rápida para uma construtora, mas que as projeções vieram abaixo do esperado.
Segundo os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, o guidance de vendas veio superior ao esperado, mas margem bruta e Ebitda inferiores. “Além disso, como a alavancagem da Tenda ainda é elevada, a desvantagem nos lucros é ainda maior”, alertam.
O guidance sugere que o banco estava muito otimista sobre a rentabilidade para este ano, considera o BTG. Mas, como a recomendação está baseada em uma estimativa otimista para o ano que vem, e outras medidas, como o Pode Entrar, ainda não estariam inclusas, o banco reforçou a classificação de compra dos papéis, com preço-alvo de R$20.
Segundo a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o guidance demonstra “sinais positivos de ganhos de margem bruta, apesar da lucratividade da Alea ainda estar sob pressão”.
Os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton, as projeções para as operações da Tenda indicam cenário positivo para o core business da empresa, que estaria “no caminho certo com seu processo de recuperação de rentabilidade”, enquanto a Alea é o destaque negativo e deve seguir prejudicando os resultados da companhia no curto prazo. Dessa forma, a XP possui recomendação neutra para as ações, a R$11 por ação.