SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica AES Tietê (SA:TIET11), do grupo norte-americano AES, avalia disputar leilões de energia para novas usinas agendados pelo governo para dezembro, nos quais a empresa poderia cadastrar empreendimentos de geração solar, disse em teleconferência nesta terça-feira o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda.
O movimento faz parte de uma estratégia da AES Tietê de ter 50 por cento de sua geração de caixa proveniente de usinas de fontes renováveis não hídricas e com contratos de longo prazo até 2020, o que passará também por aquisições e investimentos em projetos de geração própria para clientes comerciais e industriais, chamados de "cogeração" ou "geração distribuída".
"Estamos avaliando participar do leilão de dezembro com um projeto solar. E por que vamos fazer um projeto solar? Porque solar tem um tempo de desenvolvimento muito curto, podemos desenvolver rapidamente. Está dentro da estratégia da companhia", apontou Nebreda.
A AES Tietê anunciou a busca por expansão em renováveis como usinas eólicas e solares no início deste ano, após uma sequência de temporadas de chuvas abaixo da média na região das hidrelétricas do Brasil que tem impactado o faturamento das empresas que operam hidrelétricas.
Até o momento, a companhia apostou em aquisições para cumprir a meta, como a compra do parque eólico Alto Sertão II junto à Renova Energia (SA:RNEW11), já em operação, e a aquisição de dois projetos solares a serem implementados.
"Trabalhamos em algumas frentes para essa estratégia, e a principal tem sido a aquisição de ativos... Uma segunda frente é a geração distribuída... Estamos nos posicionando, e nosso foco são principalmente projetos em energia solar e cogeração a gás", apontou a diretora de Relações com Investidores da AES Tietê, Clarissa Accorsi.
Os projetos de geração distribuída ou cogeração são encomendados por clientes e desenvolvidos e implementados pela AES Tietê, e são parte também da adaptação da companhia aos "avanços tecnológicos" no setor elétrico, segundo a executiva.
A AES Tietê fechou o terceiro trimestre com lucro de 37,9 milhões de reais, queda de 61 por cento ante mesmo período do ano passado. A geração de caixa da companhia, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 25 por cento no período, para 160,5 milhões de reais.
(Por Luciano Costa)