FRANKFURT (Reuters) - O governo alemão negou nesta quarta-feira que esteja trabalhando em um resgate do Deutsche Bank, uma vez que o maior banco da Alemanha reforçou suas finanças com a venda de seguradora no Reino Unido.
O Deutsche Bank enfrenta uma penalidade de 14 bilhões de dólares imposta pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e preocupações sobre seus recursos pressionaram as ações da instituição para um recorde de baixa na terça-feira e elevaram preocupações sobre a saúde do setor financeiro na maior economia da Europa.
O Ministério das Finanças da Alemanha negou reportagem publicada pelo semanário Die Zeit que afirma que o governo alemão e autoridades financeiras estavam trabalhando em um possíveis medidas para permitir que o Deutsche Bank venda ativos para outros bancos, o que reforçaria as finanças do banco.
A publicação afirmou que o governo alemão poderia assumir uma participação direta de 25 por cento no Deutsche Bank em caso de extrema urgência. O jornal não citou fontes.
O governo ainda espera que o Deutsche Bank não precise de apoio estatal e apenas cenários para um possível resgate estavam sendo discutidos até agora, disse o Die Zeit.
"Esta reportagem está errada. O governo alemão não está preparando um plano de resgate, não há razão para se especular sobre isso", disse o ministério em comunicado.
Duas fontes da Reuters próximas do assunto afirmaram que a autoridade financeira da Alemanha, Bafin, não está trabalhando em um plano de emergência.
As ações do Deutsche Bank, que perderam cerca de metade do valor neste ano, subiam 3,13 por cento às 9:18 (horário de Brasília).
Um porta-voz do Deutsche Bank também negou a publicação do Die Zeit e se referiu a uma entrevista nesta quarta-feira do presidente-executivo do banco, John Cryan, ao diário alemão Bild.
"Em nenhum momento eu pedi apoio à chanceler. Nem sugeri qualquer coisa como isso", disse Cryan ao Bild, em resposta a uma reportagem que afirma que o executivo pediu a Angela Merkel ajuda sobre a penalidade de 14 bilhões de dólares imposta pelos EUA contra o banco para resolver acusações relacionadas a vendas de títulos atrelados a hipotecas.
(Por Arno Schuetze)